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Empresa quer transformar clube europeu em 100% propriedade de torcedores

Um time em que os torcedores tenham controle total da propriedade e ajudem diretamente nas decisões da diretoria. É com essa proposta que a f2o Sports, empresa com base nos EUA, anunciou nesta semana o início de um projeto. A empresa promete revolucionar as relações de propriedade dentro do futebol.

O plano da companhia ainda está na fase inicial: um site em que os interessados podem se inscrever em uma lista de espera. O passo seguinte é iniciar uma rodada de crowdfunding sob o Regulamento Crowdfunding (Regulamento CF) para permitir que os torcedores tenham a chance de participar da propriedade de um clube de futebol na Europa.

A organização afirma que já está avaliando candidatos. O UOL apurou que a prioridade é adquirir uma equipe na Espanha.

"O modelo arcaico de propriedade no esporte profissional estagnou, e os torcedores estão literalmente pagando o preço. Chegou a hora de evoluir para uma abordagem global 3.0", afirma Wolfgang Müller, fundador e presidente da f2o.

O modelo atual citado por Müller, neste caso, é a mistura de clubes-estado, proprietários bilionários, ou geridos por grandes corporações. É o que acontece na Premier League, na NBA e na MLS, para citar três exemplos de uma lista muito mais extensa. Na elite do futebol inglês, apenas o pequeno Luton Town — que subiu nesta temporada — tem um modelo de propriedade dos sócios-torcedores.

A f2o nasceu no coração do Vale do Silício, com amigos da Universidade de Stanford que jogavam futebol e decidiram se unir em um projeto dedicado aos esportes. O brasileiro Leo Vitor Learth era um deles, e tornou-se porta-voz da empresa.

"Hoje em dia, os torcedores constroem todo o valor de um clube, mas eles não ganham nada além das emoções. Como a gente muda essa forma? Com essa ideia, os torcedores teriam outra forma de participar, sendo proprietários do time", explica Learth.

O empresário afirma que a ideia é diferente do modelo societário atual, que existe na maioria de clubes do Brasil. "Embora haja clubes com sócios-proprietários, a participação deles é limitada. A nossa questão é: como conseguimos ampliar isso? Nossa proposta é pulverizar muito mais e, através da digitalização, escutar as vozes das pessoas" afirma o brasileiro.

O número de possíveis proprietários ainda não está estipulado e vai depender de fatores como a quantidade de interessados, o capital arrecadado e o clube a ser adquirido.

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A empresa não divulga nomes para evitar interferência nas negociações, mas a ideia é comprar uma equipe de terceira ou quarta divisão, com uma estrutura consolidada de centro de treinamento.

Reportagem

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