Clássico da MLS resgata rivalidade que morreu por falta de dinheiro na NBA

Portland Timbers e Seattle Sounders disputam neste domingo, às 17h45 (horário de Brasília), o maior clássico da MLS, a liga norte-americana de futebol. O duelo, válido pela 12ª rodada da temporada regular, tem as duas equipes em situação complicada: o Portland é 12º, e o Seattle 11º na Conferência Oeste.
Nem sempre foi assim: nas últimas cinco décadas, as duas equipes construíram uma rivalidade que superou as diferentes transições de ligas do futebol nos Estados Unidos.
O primeiro jogo foi em maio de 1975, pela NASL. Ao longo dos anos, as equipe se reencontraram na A-League, nos anos 1990, e na Primeira Divisão da USL, que durou entre 2005 e 2010.
Desde 2011, o duelo acontece na Major League Soccer e consolidou-se como a maior rivalidade do futebol no país. O Portland Timbers venceu a MLS Cup em 2015; o Seattle Sounders levou em 2016 e 2019. Cada time tem, também, dois vice-campeonatos no período.
"É uma rivalidade direta, até por causa da região. Para eles é uma batalha, uma guerra. Desde que cheguei aqui a gente fez bons jogos contra eles, é um campeonato à parte, e um jogo que vale muito, até pelo momento das duas equipes", afirma o brasileiro Evander, do Portland, em entrevista ao UOL.
Criado nas categorias de base do Vasco, o meio-campista diz que o duelo costuma ser pegado dentro de campo, mas revela que, fora das quatro linhas, o clima é mais ameno que no Brasil.
"É diferente: aqui as coisas são mais normais durante a semana. A gente tenta não comparar com o Brasil, mas é difícil. Aqui é bem diferente, não tem tanta pressão antes do jogo. Mas quando a bola rola, a torcida comparece em peso, a torcida adversária ocupa todos os lugares destinados a ela, e dentro das quatro linhas é uma guerra".

Duelos intensos e sumiço na NBA
Se no futebol a rivalidade se resume ao que acontece nas quatro linhas, em outros segmentos as cidades têm rixas mais intensas. A mais famosa delas, no âmbito esportivo, aconteceu na NBA, a liga norte-americana de basquete.
Entre 1970 e 2008, Portland Trail Blazers e Seattle Supersonics protagonizaram na NBA duelos que levaram para as quadras a divergência histórica entre as duas cidades, separadas por 270km. A rivalidade era chamada de I-5, uma referência à rodovia Interestadual 5, que conecta ambas.
As duas franquias ensaiaram um domínio da liga no fim da década 70: os Trail Blazers foram campeões em 1977; os Supersonics foram vices em 1978 e ficaram com o título em 1979.
O ensaio de hegemonia acabou desaparecendo nos anos seguintes, quando o Los Angeles Lakers de Magic Johnson e Kareem Abdul-Jabbar passou a dominar a Conferência Oeste.
Nos anos 1990, as duas franquias voltaram a se destacar: os Trail Blazers, comandados por Clyde Drexler, foram finalistas duas vezes (1990 e 1992); os Supersonics chegaram à decisão de 1996, com Shawn Kemp e Gary Payton. Nas três ocasiões, a final acabou com derrota para o Chicago Bulls de Michael Jordan.
O último capítulo da rivalidade entre Portland e Seattle na NBA foi o Draft — processo de seleção de novos jogadores — de 2007. As duas equipes foram as primeiras a escolher, e as decisões entraram para a história, por motivos diferentes.
O Portland foi o primeiro da lista e escolheu o pivô Greg Oden, que teve uma carreira cheia de lesões e nunca se tornou uma estrela da Liga. O Seattle usou o "pick" 2 para ficar com Kevin Durant, mas o ala jogou apenas uma temporada na cidade: em 2008, por falta de dinheiro para viabilizar uma nova arena em Seattle, os Supersonics desapareceram do mapa, dando lugar a uma nova franquia: o Oklahoma City Thunder.
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