Denuncio crimes no futebol há anos. Bom ver a imprensa vindo junto agora

Continuei chamando a atenção para o silêncio também quando a torcida do Bahia fez uma emboscada contra o próprio time e o goleiro Danilo Fernandes quase perdeu uma vista porque foi atingido por estilhaços de vidro das janelas do ônibus.

Naquela oportunidade, foi antes da partida com o time indo para a Fonte Nova e mesmo assim aconteceu a partida. Eu disse que era hora de fazer uma greve, e isso foi há uns bons anos, mas novamente não tive companhia nesse alerta.

Depois teve aquela confusão no Beira-Rio com uma briga generalizada depois que o Patrick pegou um caixão com as cores do Grêmio e aquele pai entrou com uma filha pequena de colo fazendo ela de escudo para agredir os adversários. Eu novamente gritei por socorro, mas novamente nada.

Pois agora muitos decidiram falar algo que já deveria ter sido falado há muitos anos.

Mas de qualquer maneira, nunca é tarde demais para se fazer uma união e cobrar da CBF e dos jogadores uma atitude prática. Ou vão esperar morrer algum jogador dentro do campo ou no seu próprio ônibus?

Porque torcedores já morreram diversos, mas só se fala no momento e depois cai no esquecimento.

Dessa vez vai ser sério esse grito ou também vamos deixar cair no esquecimento?

Vamos em frente de verdade ou foi só para marcar cartão?

Está na hora de se levar a sério a violência descabida em todos os setores da nossa sociedade, e obviamente que o futebol está incluído nisso.

Nós que trabalhamos na imprensa esportiva, sendo jornalistas ou ex-jogadores comentaristas, devemos fazer alguma coisa prática, porque os jogadores atuais já demonstraram que são alienados a tudo o que acontece ao redor deles.

Temos dois jogadores de nível internacional, de seleção brasileira, que jogaram copas do mundo, condenados por estupro e nenhuma nota dos jogadores e nem dos sindicatos dos atletas profissionais do futebol.

Da minha parte, digo com muita tristeza que é uma vergonha para a classe ter jogadores estupradores e condenados por esse crime.

Assim como me coloco solidário aos jogadores e todos da comissão técnica, médica, massagistas, os roupeiros, motorista do ônibus e todos do Fortaleza que foram vítimas de criminosos disfarçados de torcedores.

Sou solidário também ao presidente Marcelo Paz, que faz parte de um grupo pequeno dos grandes dirigentes do futebol brasileiro.

Os campeonatos precisarão parar enquanto os jogadores não tiverem mais segurança, e em solidariedade às vítimas desse ataque covarde.

Sindicato dos jogadores precisa se posicionar ou ficará calado assistindo de camarote? E não importa se são jogadores de outro estado, os atletas precisam se unir depois disso.

Greve é uma grande opção, mas não acredito que esses jogadores de hoje tenham personalidade e coragem para agirem dessa forma. Mas o que não pode é tudo isso cair no esquecimento.

Se for para gritar e cobrar todos juntos, contem comigo. Mas se for para se calar, também me calarei.

Não entro mais em nenhuma luta, seja ela qual for, sozinho, porque eu sei bem o preço que pago até hoje por cobrar e bater de frente sozinho com poderosos.