Inter recua e passa a evitar manifestações sobre tragédia com Chapecoense
O Internacional não quer parecer usar a tragédia sofrida pela Chapecoense em qualquer hipótese. Depois da repercussão negativa de uma série de declarações, a ordem no clube vermelho é evitar o assunto. A última manifestação oficial ocorreu do presidente Vitório Píffero, na quinta-feira, e gerou polêmica. A meta é tentar reconstruir a imagem do clube.
Tudo começou com uma entrevista concedida pelo vice de futebol Fernando Carvalho. Nela, o termo 'tragédia particular' soava como comparação entre o drama de tentar fugir da zona de rebaixamento e a queda do avião da Chapecoense que vitimou 71 pessoas. Pegou mal e em seguida o próprio vice foi responsável por retratar-se.
No dia seguinte o clube ingressou no STJD alegando a inscrição irregular do zagueiro Victor Ramos, do Vitória. A busca no Tribunal também soou mal, já que aparentemente o clube pensava em si em vez de aderir ao luto da Chape.
E por fim, o presidente Vitório Píffero sucedeu uma manifestação dos jogadores que pediram a não realização da última rodada usando termos como 'campeonato incompleto' e dizendo que rebaixar o Colorado 'não seria a melhor saída'. Mais uma vez deu a entender que procuraria o tapetão para evitar a queda.
A reportagem do UOL Esporte apurou que o Internacional entendeu que a repercussão nada tinha de positivo. Por isso, tratou de evitar qualquer manifestação mais forte sobre o ocorrido. Em seguida, uma onda de atitudes para 'limpar a barra' do time tiveram início.
Já nesta sexta o site colorado foi pintado de verde com dizeres de apoio à Chape. O clube divulgou que usará o símbolo dos catarinenses em seu uniforme na última rodada do Brasileirão e em nova nota oficial explicou que as manifestações do presidente não significavam usar o luto no futebol para evitar o rebaixamento.
No fim de semana ou mesmo na semana que vem, a ideia é voltar o foco do discurso totalmente para a última rodada e a luta para evitar a Série B em campo. Os jogadores voltaram a manifestar a ideia de não ter rodada, mas acrescentaram que sendo assim aceitam o rebaixamento. O técnico Lisca, por exemplo, tratou de não opinar.
"É uma situação muito triste, mas se está dando muita opinião. Eu vejo opinião sobre a opinião. Vi um vídeo muito forte sobre os jogadores, de quem não conhece o que acontece aqui. Tenho minha opinião, é claro que tenho, mas não vou externar. É uma questão minha e dos jogadores. E assim tem que ser", disse.
Nas palavras dele exatamente o que pensa o clube. A ideia é melhorar a imagem do Inter sem novas polêmicas sobre o assunto. E deixar que o tempo trate de amenizar os últimos momentos que colocaram o Colorado como vilão de uma tragédia sem precedentes.
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