Topo

Sochi tem debate até sobre roupas de atletas. Gordinho canadense que o diga

Canadense Chris Spring tem problemas com seu uniforme antes da prova de bobsled em Sochi - Twitter/@BobTeamSpring
Canadense Chris Spring tem problemas com seu uniforme antes da prova de bobsled em Sochi Imagem: Twitter/@BobTeamSpring

Do UOL, em São Paulo

17/02/2014 18h48

Não houve muita comemoração para os canadenses Chris Spring e Jesse Lumsden, do bobsled, nesta segunda-feira (17). Os dois ficaram na sétima posição na final da prova de duplas dos Jogos de Inverno e terminaram sem medalhas. “Cometemos alguns erros e estamos na Olimpíada, onde todos estão dando o máximo”, consolou-se Lumsden, em entrevista à TV canadense CBC.

A participação de seu companheiro, o gordinho Chris Spring, ocorreu dois dias depois de o atleta ter sido pivô de um caso inusitado. No último sábado, Spring vestiu o uniforme e ele rasgou imediatamente, justamente na barriga.

Bem-humorado, o atleta postou no Twitter: “experimentei meu uniforme antes da prova de amanhã [domingo] e ele está um pouco... apertado”, brincou Spring, que depois utilizou a hashtag “powerbelly” (“pança poderosa”, em tradução livre). Mais tarde, apagou o post.

O problema de Spring com o uniforme trouxe a lembrança de outro fato curioso acontecido em Sochi. Na semana passada, a patinadora russa Olga Graf, empolgada com a medalha de ouro na prova de 3.000 metros, resolveu aliviar o calor e abrir o zíper da roupa apertada. Ela se esqueceu, no entanto, que estava sem nada por baixo da roupa e quase deixou aparecer um pouco mais do que desejava. Ao perceber a saia-justa, subiu o zíper.

Bom no esqui, ruim para usar jeans

Os uniformes em Sochi também geraram outro aspecto interessante, mas no esqui. Com as roupas coladas, uma característica particular dos atletas ficou notável nos Jogos de Inverno: as nádegas avantajadas.

“Sim, eu tenho uma bunda enorme”, admitiu o canadense Jan Hudec, em entrevista ao The New York Times, na semana passada. Outra que falou ao jornal sobre esse aspecto diferenciado dos esquiadores foi Chemmy Alcott. “Temos bunda, sim. Passei 28 anos agachada na posição [própria do esqui], e tenho orgulho disso. Mas seria bem mais fácil ser magrinha, pois tenho que treinar duro para ter esses músculos”, explicou.

Além do agachamento típico dos esquiadores, eles também necessitam de uma base sólida nas pernas e nos glúteos para suportar, por exemplo, os saltos e desviadas rápidas da prova do downhill.  “Não é tanto uma questão de ser grande, mas sim de ter massa muscular”, avaliou Tony Beretzki, técnico austríaco que comanda a equipe americana.

Mas os esquiadores não encontram apenas vantagens pelo corpo diferenciado. “É difícil encontrar jeans que sirvam”, afirmou o americano Travis Ganong. “A gente costuma rasgá-los. Temos que comprar jeans stretch”, completou Steven Nyman, também dos Estados Unidos.

A dificuldade é tamanha que, quando alguns esquiadores conseguem encontrar um modelo que se ajuste bem a seus corpos, não economizam. “Todo ano, compro o mesmo jeans em quatro cores diferentes. Você tem que encontrar aqueles que servem e comprar vários”, contou Chemmy Alcott ao The New York Times.