Maduro, versátil e cabeceador: o que o Palmeiras viu no atacante José López

Salvo imprevisto, o atacante argentino José Manuel López vai trocar o Lanús pelo Palmeiras. Chamado de "Pequena Jóia" ("Joyita") e "Magro" ("Flaco") por torcida e imprensa em seu país, López tem 21 anos, é canhoto, mede 1,88m e está apenas na sua terceira temporada profissional.

Revelado pelas categorias de base do Lanús, clube discreto nas divisões inferiores, ele é considerado o principal talento despontado recentemente na equipe da Grande Buenos Aires.

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Merecidos elogios

Quem acompanha o futebol argentino sabe que López formou, ao lado do veterano e xará José "Pepe" Sand, de 41 anos, uma dupla de ataque de muita química. Os 20 anos de diferença de idade entre eles era papo recorrente no país.

"Pepe tem a idade para ser meu pai, é verdade, e isso me ajuda demais. Brinco que ele não é meu companheiro. É meu mestre no ataque", disse López ao programa Paso a Paso, do canal TyC Sports, no 1 a 1 do Lanús contra o Boca Juniors em plena Bombonera pelo último Campeonato Argentino (versão Copa da Liga Profissional).

Com Sand, López reforçou dois pontos em sua atuação.

O primeiro deles, a capacidade física (vem daí o "Magro"). López alia a explosão da idade a um cuidado impecável fora de campo, muito pela insistência do companheiro mais velho, que atribui sua longevidade sempre ao esmero na alimentação. Seus colegas já definiram o jovem atacante como "uma mente adulta em um corpo jovem, alguém que é profissional e bom ouvinte".

O segundo motivo tem a ver com a sua versatilidade.

Com boa técnica e fôlego, López provou que conseguiu jogar tanto como único atacante, na ausência de Sand, como sendo seu companheiro de ataque mais aberto pelas pontas.

Outro ponto que chamou a atenção nos seus jogos pelo Lanús foi o cabeceio: como finalização ou para resvalar bolas que vinham pelo alto desde o meio-campo ou a defesa.

Não é para menos: seu 1,88m o colocava como mais alto até que o "espigado" Sand, de 1,82m.

López disputou exatos 50 jogos pelo Lanús (43 como titular) e chamou atenção pela disciplina: jamais foi expulso e só levou dois amarelos.

Marcou 19 gols (13 no Argentino-2021 e 4 no Argentino-2022) e ofereceu 5 assistências. Seu melhor momento foi no Campeonato Argentino do ano passado, com 13 gols em 25 jogos.

Soube se destacar mesmo no momento instável do Lanús. O clube grená foi só o 12º e antepenúltimo em seu grupo de 14 times no Campeonato Argentino deste ano, mas se classificou às oitavas de final da Copa Sul-Americana, eliminando o Barcelona de Guayaquil e se perfilando para enfrentar o Independiente del Valle.

Foi treinado por dois técnicos bem conceituados na Argentina — o atual Jorge Almirón e o antecessor Luis Zubeldia, um dos grandes responsáveis pelo apelido de "Pequena Jóia", tamanha quantidade de elogios.

Tal cartaz o colocou na mira do River Plate e de Marcelo Gallardo — que, assim como com Miguel Merentiel, ao que tudo indica, verá mais um dos seus alvos com a camisa do Palmeiras, um dos principais concorrentes ao título da Libertadores deste ano.