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Tales Torraga

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Boca esbanja atitude e manda recado aos brasileiros na Libertadores

Disputa de bola no River x Boca de ontem no Monumental de Núñez - Divulgação CARP
Disputa de bola no River x Boca de ontem no Monumental de Núñez Imagem: Divulgação CARP

Colunista do UOL

21/03/2022 04h00

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O Boca Juniors venceu o River Plate ontem (20) no Monumental de Núñez por 1 a 0, gol do colombiano Sebastián Villa depois de uma falha bizarra do zagueiro González Pirez. A vitória xeneize sobre o badalado River Plate mostrou uma equipe firme, especialmente no gol, com uma atuação histórica do arqueiro Agustín Rossi.

Vilão na derrota por 2 a 1 no "superclássico" do ano passado, ele saiu de campo desta vez como herói. O jogo valeu pela sétima rodada do Campeonato Argentino (versão Copa da Liga Profissional).

A defesa do Boca também deu conta do recado, com os centrais Rojo e Zambrano segurando as investidas do River e suprindo a ausência do capitão Izquierdoz. Os laterais destoaram — pela direita, o peruano Advíncula precisou sair no intervalo para não ser expulso, e o colombiano Fabra pouco fez pela esquerda.

O ponto alto da equipe foi o meio- campo — justamente o setor mexido por Sebastián Battaglia, que neste domingo "ganhou diploma de técnico" ao superar o consagrado Marcelo Gallardo.

Com muita raça e velocidade principalmente no combate, o volante Pol Fernández e os armadores Molina, Ramírez, Romero e até Villa, um pouco recuado, conseguiram levar adiante a ideia do treinador que tanto incomodou o River.

O Boca esteve longe de comandar ou dominar, mas executou bem o plano proposto e saiu de campo recompensado. Manteve a mística de amarrar o jogo, confundir o adversário e esperá-lo tropeçar nas próprias pernas. É o famoso "time mesquinho" tão repetido pelos argentinos — e são exatamente esses que merecem atenção redobrada do adversário.

Só o ataque andou inoperante. Mal fisicamente, Benedetto saiu ainda no primeiro tempo, e o substituto Vázquez também pouco fez.

A entrega demonstrada ontem no "superclássico" será bem-vinda ao Boca nesta Libertadores desde as primeiras rodadas.

Vale lembrar que o time tem seis jogadores punidos pelo quebra-quebra do ano passado contra o Atlético-MG no Mineirão. São eles: os atacantes Pavón e Villa (seis jogos), os zagueiros Rojo (cinco jogos de suspensão) e Izquierdoz (quatro), o volante Pulpo González (três) e o goleiro Javier García (dois).

O sorteio dos grupos da Libertadores será nesta sexta-feira (25). Por tradição ou pela firmeza do "superclássico" no Monumental lotado, o time brasileiro que cruzar com o Boca Juniors nesta competição não deve jamais considerar um bom negócio. Quem pensa que o único argentino forte nesta Copa é o River está enganado. A metade vermelha e branca de Buenos Aires que o diga.

Como anda o Campeonato Argentino

O Campeonato Argentino (versão Copa da Liga Profissional) disputou sete rodadas de um total de 14 rodadas desta fase de grupos. Os 28 times são divididos em duas chaves de 14 equipes — o jogo a mais é a "rodada dos clássicos", a única com confronto entre equipes de grupos diferentes, exatamente no último fim de semana.

No Grupo A, os quatro primeiros que hoje se classificariam para as quartas de final seriam, pela ordem: Racing, Unión, River Plate e Defensa y Justicia. No B, Estudiantes, Boca Juniors, Tigre e Colón.