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Tales Torraga

REPORTAGEM

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De 'sonho brasileiro' a afastado do River: o que acontece com Rafa Borré?

Rafael Borré, atacante do River Plate - Alejandro Pagni/AFP
Rafael Borré, atacante do River Plate Imagem: Alejandro Pagni/AFP

Colunista do UOL

06/05/2021 12h00Atualizada em 06/05/2021 15h28

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Alvo de Palmeiras, São Paulo e Grêmio no começo da temporada, o atacante colombiano Rafa Borré vive dias complicados no River Plate, que enfrenta hoje (6) às 21h (de Brasília) o Independiente Santa Fe sem ele.

A versão comunicada pelo técnico Marcelo Gallardo é de que Borré será poupado junto com outros quatro jogadores (o lateral Angileri, o zagueiro Paulo Díaz e os meio-campistas Enzo Pérez e De La Cruz), mas, nos bastidores, o clube quer também que o colombiano de 25 anos repense suas últimas atuações e volte a demonstrar o alto nível que acostumou a entregar ao time.

Irritado e ineficaz, Borré nos últimos oito jogos marcou só dois gols, e ambos contra um dos piores times da Argentina, o Central Córdoba. Na Libertadores, vem zerado e pouco participativo, distante demais da condição de artilheiro do River na "era Gallardo", com 53 gols em 141 jogos (média de 0,37).

Gallardo afirmou em entrevista coletiva que não vê Borré "desconcentrado ou insatisfeito por permanecer no clube", mas confirmou que ele pode sim parar no banco de reservas. Tudo vai depender do desempenho nesta noite de Federico Girotti, o "novo Crespo", das grandes revelações recentes do River.

"Girotti e Borré não podem jogar juntos todo o tempo, têm características semelhantes, os dois buscam o centro da área. Mas sim podem dividir o campo ocasionalmente. Girotti vai jogar pela Libertadores. Tem muito futuro, mas não posso dar toda a responsabilidade a ele."

Irritado, Gallardo não quis estender as razões das suas escolhas: "Não tenho por que esclarecer se um jogador atua mais ou menos que outro, meu trabalho é decidir o que eu observo".

Tática perigosa

Tirar Borré e outros titulares do jogo de hoje divide opiniões em Buenos Aires - para muitos, o River deveria priorizar a liderança do grupo na Libertadores e amealhar a maior premiação possível (amenizando assim o prejuízo financeiro que deixa de obter sem vender ingressos em seu estádio).

O River no domingo decide sua vaga nas quartas de final da Copa da Liga Argentina contra o Aldosivi, precisando vencer para seguir com chances de título no torneio local que Gallardo jamais conseguiu em sete anos no clube. A competição argentina tem menor expressão que a Libertadores, e o Aldosivi é um adversário menos forte que o Santa Fe, duas variantes que também interferem no questionamento sobre as prioridades presentes da equipe.

Gallardo vai a campo hoje com os seguintes titulares: Franco Armani, em ótima fase, segue firme no gol; Gonzalo Montiel, Robert Rojas, Héctor Martínez e Milton Casco formam a linha de defensores, com Montiel sendo o único titular; o interminável Leonardo Ponzio (39 anos) será o volante de contenção ao lado de Santiago Simón (ou Bruno Zuculini); Julián Álvarez, Jorge Carrascal e Agustín Palavecino são os armadores, e Fede Girotti é a referência de área.

A partida será na Nueva Olla, estádio do Cerro Porteño, na cidade de Assunção (Paraguai), devido ao caos social vivido na Colômbia, país do Independiente Santa Fe, que soma um único ponto, contra quatro do River.