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Tales Torraga

REPORTAGEM

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"Novo Crespo": conheça o atacante de 21 anos que já é recordista pelo River

Federico Girotti comemora gol pelo River Plate - Divulgação River Plate
Federico Girotti comemora gol pelo River Plate Imagem: Divulgação River Plate

Colunista do UOL

28/04/2021 04h00

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Ele tem 21 anos, 1,90 metro e já possui um recorde. Nenhum jogador da base do River Plate, em 120 anos de história, levou tão pouco tempo para chegar a sete gols. Esta é a quantidade de vezes que Federico Girotti balançou as redes na carreira em meros 461 minutos (um gol a cada 66). Ele e a torcida pedem aos gritos uma vaga no badalado ataque titular da equipe que joga nesta quarta-feira contra o Junior, da Colômbia, às 21h (de Brasília), no Monumental.

Apelidado de "Tanque" pela sua força, Girotti ganhou também mais uma certeira definição para o seu impressionante futebol: ele é o "atacante alemão que faz muito com pouco". Outra comparação repetida nas rádios e TVs é com Hernán Crespo. O atual técnico do São Paulo, vale lembrar, era mais novo que Girotti (tinha 20) quando fez os dois gols que deram o título da Libertadores de 1996 ao time. Para ajudar nas semelhanças, o atual atacante já contou que cresceu estudando os movimentos de Crespo no River e na Europa.

Há muitos anos, o River não conta com uma promessa tão eficiente no ataque, e o curioso é que Marcelo Gallardo não o coloca no time titular. Em 23 partidas, só começou em duas. "Eu passo tempo suficiente com ele para avaliar que ainda precisa aprender bastante antes de virar titular", repete o treinador.

Sempre dado ao lirismo, os argentinos definem Girotti como o "leão que tem um pedaço de carne perto do nariz, agachado e lambendo os lábios". Seu desempenho o coloca à frente de glórias do River que tardaram mais que ele para alcançar os tais sete gols. Girotti alcançou a marca com 461 minutos, deixando para trás Daniel Onega (503), Fernando Cavenaghi (618), Falcao García (709) e até o eterno Ángel Labruna, maior artilheiro da história do River, que levou 825. O levantamento é do diário "Olé".

Girotti tem licença também para pilotar aviões, e seus gols são mesmo voadores. Já anotou apenas 43 segundos depois de entrar (contra o Central Córdoba) e ao completar 1 minuto cravado (contra o Godoy Cruz). Cabeceia bem, tem excelente posicionamento na área e gosta de, nas palavras de Labruna, "dar um passe para a rede", definir de primeira e suave para o gol.

Dúvidas

O River está penando para encontrar um time titular depois da saída de Nacho Fernández. Já mudou também seu esquema defensivo, com três zagueiros ou com a tradicional linha de quatro.

Embora Marcelo Gallardo não tenha adiantado seu time para esta quarta, a escalação que vem sendo repetida pelos setoristas do River é a seguinte: Armani, goleiro da seleção argentina e vivendo sua melhor fase no River, segue na equipe, assim como Montiel, o lateral-direito. Os zagueiros serão David Martínez, novo no time, e Paulo Díaz, também vivendo seu auge na equipe e apontado como melhor defensor em atividade na Argentina. Há uma dúvida na lateral-esquerda: Angileri levou uma pancada na lombar contra o San Lorenzo no último domingo e pode ser substituído pelo veterano Casco.

O meio-campo conta com Enzo Pérez como volante e De La Cruz e Palavecino como armadores. Matías Suárez teve contato estreito com um infectado com covid e está fora do ataque, então, há a dúvida sobre a entrada de Girotti para fazer companhia a Julián Álvarez e Borré.

Há outras duas opções: o também atacante Beltrán ou a entrada do zagueiro paraguaio Robert Rojas para compor uma linha de cinco no fundo (três zagueiros e os dois laterais), o que costuma destoar do que o River apresenta quando atua no Monumental.