Como Tevez foi da 'covardia' ao auge atual no Boca
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Carlitos Tevez é mesmo um tipo fora do comum. Enquanto o mundo todo sofre neste difícil 2020, o camisa 10 do Boca Juniors conseguiu reerguer sua carreira e brilhar como não brilhava desde quando ainda estava na Juventus.
Os últimos anos foram deliciosos para os (muitos) argentinos que não gostam de Tevez e suas provocações (quem esquece a galinha imitada contra o River em 2004?). Nulo nos últimos três mata-matas que o Boca perdeu para o River, Carlitos virou chacota e ganhou até uma música que o chamava de covarde pela fraca presença nessas decisões. Quieto, começou a dar a volta por cima em março, fazendo o gol do título argentino que, é verdade, só veio pela escandalosa arbitragem contra o River no último jogo. Mas sua química com o técnico Miguel Ángel Russo estava instalada, e ficaria mais forte na pandemia.
Em meio aos rumores da aposentadoria e até do retorno ao Corinthians, Tevez aproveitou o isolamento para se refugiar em um campo em Maipú, nos arredores de Buenos Aires, armando uma pré-temporada para encerrar a carreira por cima. Quem convive com o jogador de 36 anos diz que ele agora se dedica aos treinos como nunca porque entendeu: logo chegará a hora de matar todas as vontades fora do futebol.
A dedicação vem dando a Tevez o melhor rendimento desde sua volta ao Boca, ocorrida no segundo semestre de 2015 (em 2017 ele passeou pela China). Neste 2020, o time está invicto e sua média ofensiva individual é excelente. No sábado, Carlitos abriu o placar na vitória sobre o Lanús por 2 a 1 na Copa da Liga Argentina, cravando agora nove gols em 13 partidas sob o comando de Russo. Está "mais leve e mais confiante", segundo sua definição, e demonstrando ótimo entrosamento com Ábila e Cardona.
Os próximos meses vão ser de apreensão para Tevez e para a torcida do Boca, loucos para topar de novo com o River na final de Libertadores. O lado vermelho e branco de Buenos Aires está mais do que blasé. Diz que não há revanche nenhuma, e que a única forma de o Boca igualar a questão é com cinco eliminações seguidas nos mata-matas. E com um só treinador, o que vem sendo o caso do insaciável Marcelo Gallardo desde 2014.
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