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Em Estoril, Fonseca voltou a mostrar potencial, mas juventude pesou

A quarta experiência de João Fonseca em um torneio de nível ATP começou e terminou nesta quarta-feira, na primeira rodada do 250 de Estoril, em Portugal. O carioca de 17 anos voltou a mostrar um grande potencial no duelo com o qualifier britânico Jan Choinski (#188), mas acabou derrotado por 6/2, 6/7(5) e 6/4, pagando preço por um período muito ruim - e um erro típico de juventude - no set decisivo.

Que ninguém se equivoque: há muito a elogiar na atuação desta quarta-feira, sobretudo sua personalidade e seu poder de reação. Durante um set e meio, Fonseca foi vítima de seu jogo agressivo - que rende belos winners, mas também dá vários pontos de graça aos oponentes - e de uma elogiável solidez de Choinski. O britânico abriu 6/2, 5/2 e viu o brasileiro sacar em 0/30 no oitavo game do segundo set.

A derrota esteve perto, mas foi aí que Fonseca renasceu para o jogo. Salvou seu saque, pressionou na devolução, conseguiu uma quebra no sétimo break point do game e ganhou não só confiança, mas um belo empurrão do público português. Esteve seis vezes a dois pontos da eliminação, mas se salvou todas as vezes. Além disso, fez um início brilhante de tie-break e levou o duelo para o terceiro set. Mostrou coragem e uma rara capacidade de elevar seu nível de tênis em um momento extremamente delicado. Merece aplausos.

No fim, porém, a juventude e a inexperiência de Fonseca nesse tipo de encontro pesaram negativamente - o que também é normal no seu estágio evolutivo, é bom ressaltar. O carioca fez um péssimo sétimo game, com três erros não forçados e um ponto dado de graça ao adversário, enquanto esperava uma chamada de let que nunca veio (Fonseca pensou que seu saque havia tocado na fita e ficou a ver a devolução inofensiva de Choinski morrer no meio da quadra). O vacilo deixou o placar em 0/40, e um erro não forçado no lance seguinte deu ao britânico a quebra decisiva. Choinski abriu 4/3 e não perdeu mais o saque, inclusive salvando um break point com um ace no oitavo game.

O saldo, acredito, é positivo para Fonseca. Sim, Choinski era um oponente ganhável ("um adversário de Challenger em um torneio ATP", como me descreveu um importante empresário do tênis), mas ainda um nível acima dos que o carioca derrotou nos últimos torneios. E mais: os sinais positivos foram excelentes: personalidade, coragem e precisão sob pressão. Características que separam a elite do resto. Por último, vale até dizer, sob um ponto de vista reconhecidamente otimista, que até as falhas de Fonseca são bons indicadores de que ele pode vir a ser alguém muito especial para a modalidade (e não só para o Brasil). Afinal, o que mais pesou contra João foi sua juventude, e a tendência é que o tempo elimine essa questão.

Coisas que eu acho que acho:

- Em uma nota mais descontraída, o bigode (ou quase isso) que Fonseca exibiu em Portugal talvez tenha sido seu maior pecado. Coisas da juventude. É tempo de experimentar.

- No W75 desta semana em Florianópolis, nenhuma brasileira alcançou as quartas de final. Carol Meligeni, que vinha em uma bela sequência, parou na segunda rodada. Gabriela Cé, que derrotou outra brasileira na estreia, também caiu nas oitavas. As outras cinco tenistas da casa perderam na estreia.

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- No Challenger que acontece ao mesmo tempo na capital catarinense, o Brasil terá dois nas quartas. O vencedor de Thiago Monteiro x Orlandinho e quem avançar do outro duelo caseiro entre Daniel Dutra da Silva e João Lucas Reis.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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