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Djokovic termina relação com Ivanisevic e deixa mais uma pergunta no ar

Cerca de dez dias atrás, quando Novak Djokovic foi surpreendentemente eliminado do Masters 1000 de Indian Wells pelo número 123 do mundo, o italiano Luca Nardi, escrevi que o sérvio deixava perguntas no ar. Na ocasião, ele avisava que não jogaria em Miami porque estava tentando "equilibrar suas agendas privada e profissional" (embora tenha ido até a cidade, onde fez fotos para a Lacoste). Não deu mais explicações.

Agora, nesta quarta-feira, mais uma pergunta é lançada aos céus. Djokovic anunciou o fim de seu trabalho com o técnico Goran Ivanisevic, com quem conquistou 12 títulos de slam. Não disse os motivos. Em sua conta no Instagram, escreveu apenas que "Goran e eu decidimos parar de trabalhar juntos alguns dias atrás". Destacou a amizade com o croata, o sucesso da relação e nada mais.

É perfeitamente normal que Nole não queira dizer os motivos do rompimento, mas também é perfeitamente normal que o fim de uma relação de sucesso levante dúvidas e deixe os fãs de tênis - sobretudo os do sérvio - um tanto intrigados, para dizer o mínimo. Por que acabou? Qual será o próximo passo? O que Djokovic quer para este e os próximos anos de sua carreira? Quem será o próximo treinador? Nole apostará em um velho conhecido - talvez alguém com quem já trabalhou -, como muitos veteranos fazem, ou trará um profissional com uma visão diferente e nova sobre seu tênis?

Alguns campeões preferem passar os últimos momentos de suas carreiras na companhia de velhos conhecidos. É mais, digamos, confortável (e nem sempre menos ambicioso). Nesse sentido, é possível pensar em uma volta de Marian Vajda ou até de Boris Becker. Ou, quem sabe, um ex-tenista sérvio como Janko Tipsarevic ou Viktor Troicki. Se buscar algo novo, Nole terá à disposição muitos candidatos. O circuito está cheio de ex-tenistas preparados para o cargo.

Porém, até que um nome seja anunciado, é mais uma questão que paira sobre o momento do número 1 do mundo.

Coisas que eu acho que acho:

- Um fim de relação assim, sobretudo quando falamos de dois grandes nomes do esporte, costuma significar que um dos lados está insatisfeito com o andamento das coisas. Um quer mais do outro. Para um técnico exigente (e milionário), não vale a pena viajar o mundo e passar tantas semanas longe da família se o atleta não estiver se dedicando ao máximo. Do mesmo modo, para um supercampeão ambicioso como Djokovic, todo momento é valioso no fim da carreira, e é preciso encontrar maneiras de evoluir para competir contra uma geração que vem crescendo e se mostrando mais forte.

- Tendo a acreditar que Djokovic está preocupado com a ascensão de Alcaraz e Sinner e, portanto, quer buscar qualquer elemento que lhe dê vantagem contra espanhol e italiano. Seguindo essa linha de raciocínio, faz sentido a busca por um novo treinador.

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- Nole não falou especificamente sobre isso, então é impossível saber, por enquanto, se é essa sua real intenção. Porém, a julgar por seu nível de ambição, ficarei surpreso se a mudança não tiver a ver com aumentar suas chances de vencer mais slams em um futuro próximo.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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