Fonseca opta por caminho profissional e abre mão de universidade nos EUA
João Fonseca não vai disputar o circuito de tênis universitário nos Estados Unidos. O brasileiro de 17 anos, que alcançou as quartas de final do Rio Open na semana passada, anunciou sua decisão nesta quinta-feira. Ele seguirá no circuito profissional, no qual é o atual número 343 do mundo.
"Gostaria de anunciar que renunciei a minha ida ao tênis universitário para me tornar tenista profissional. Foi uma decisão muito difícil que minha família e eu precisamos tomar, especialmente por eu ter sonhado em viver a vida universitária em Charlottesville, jogando o esporte que amo com um time e um técnico incrível. Porém, nos últimos meses, sinto que o tênis profissional me escolheu de uma maneira em que eu simplesmente não poderia dizer 'não'", diz o brasileiro no texto distribuído por sua assessoria de imprensa.
Fonseca já havia assinado uma carta de intenção com a University of Virginia e tinha dado a si mesmo um prazo até julho para decidir se aceitava a bolsa universitária ou seguia no caminho profissional. No entanto, após a boa campanha no Rio de Janeiro, um grande salto no ranking e convites para outros torneios profissionais de alto nível, o adolescente seguirá no circuito da ATP.
Entre outras coisas, a decisão significa que Fonseca poderá ficar com todo o prêmio em dinheiro obtido no ATP 500 carioca: US$ 62.045, o equivalente a cerca de R$ 310 mil. Caso optasse por manter seu status como amador - necessário para jogar por uma universidade dos EUA - ele precisaria devolver ou doar cerca de US$ 52 mil (por volta de R$ 260 mil), já que, segundo as as regras da NCAA, a associação atlética universitária dos EUA, tenista não pode receber mais do que US$ 10 mil em prêmio em dinheiro ao longo de uma temporada. Os pais de Fonseca já vinham doando valores desde o ano passado, quando o atleta recebeu mais de US$ 15 mil só no Rio Open.
Qualquer valor acima disso só poderia ser usado para cobrir os chamados "gastos reais e necessários" previstos nas regras da NCAA, que incluem alimentação, hospedagem, equipamentos e material esportivo, despesas com técnicos e treinamentos, transporte, tratamento médico e fisioterapia, uso de instalações e taxas de inscrições.
"Gostaria de agradecer à University of Virginia e todas as pessoas envolvidas neste processo. Em nenhum momento me senti pressionado a escolher o tênis universitário. Todos vocês me deram o tempo que eu precisava, e eu realmente não poderia ser mais grato à UVA e ao Coach Andres Pedroso por isso. Sempre seguirei e torcerei por vocês, Cavaliers. Mesmo não indo à universidade, acredito fortemente que é um caminho extremamente valioso e viável para os jovens tenistas que têm a ambição de se tornarem profissionais no futuro. Por fim, gostaria de agradecer a todos pelo imenso apoio que venho recebendo", completa o tenista em seu comunicado.
Reportagem
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