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Retorno em Brisbane é bom sinal para quem espera um Nadal competitivo

Rafael Nadal anunciou nesta sexta-feira seu retorno às quadras. Sim, o espanhol já havia dito que competiria em 2024, mas onde e quando ainda eram incógnitas. Agora é oficial: ele vai competir no ATP de Brisbane, na primeira semana de janeiro, e isso é um bom sinal para quem espera ver um Rafa competitivo.

A lógica para esse raciocínio é simples. Desde que encerrou sua temporada de 2023 de maneira precoce, quase sem competir, o ex-número 1 do mundo revelou que pretendia fazer de 2024 seu ano de despedida. Esse, pelo menos, era (e ainda é até que ele mesmo diga o contrário) o plano inicial, já que, segundo o próprio Rafa, não havia garantias de que ele voltaria a ser competitivo no nível que sempre foi. Além disso, era justo ter dúvidas sobre se seu corpo aguentaria/aguentará mais do que uma temporada.

Assim sendo, havia a probabilidade de Rafa montar um calendário mais enxuto, disputando apenas os torneios que foram mais importantes em sua carreira e fazendo, portanto, uma turnê de despedida. Uma última visita a eventos que lhe marcaram e que, certamente, vão prestar suas homenagens e agradecimentos aos serviços prestados pelo espanhol.

Brisbane, no entanto, não se encaixa no cenário acima. Pelo contrário. Rafa só competiu lá uma vez, em 2017, e sem grande sucesso. Perdeu nas quartas para Milos Raonic. Era, contudo, um ano de retorno - assim como agora. Em 2016, Nadal teve uma lesão no punho que lhe tirou de Roland Garros e Wimbledon. Competiu nos Jogos Olímpicos Rio 2016 no sacrifício, fez pouco depois disso (apenas oitavas no US Open) e encerrou a temporada em outubro, ainda com o punho incomodando.

O ano de 2017, portanto, foi um período de volta ao alto nível. Naquele ano, depois de usar Brisbane como ponto de partida para sentir seu corpo e seu nível de tênis, Rafa foi vice no Australian Open (perdeu AQUELA final para Federer), ganhou Monte Carlo, Barcelona, Madri e Roland Garros, também foi campeão do US Open e terminou o ano como número 1 do mundo.

Embora seja difícil imaginar um nível de sucesso parecido em 2024, aos 37 anos e voltando de uma lesão mais séria, a intenção de Nadal ao incluir Brisbane no seu calendário é claramente a mesma: descobrir onde está em termos físicos e técnicos. Logo, tudo indica que sua intenção é jogar para brigar por coisas grandes, e não apenas entrar em quadra para se despedir e receber homenagens.

Coisas que eu acho que acho:

- Entre querer e poder há uma distância considerável. Nadal vai, de fato, conseguir exibir um nível de tênis para brigar com a elite de hoje? Esta é outra questão. E seu corpo vai resistir? Talvez este seja um desafio ainda maior para o veterano. No entanto, vê-lo aparentemente disposto a competir e vencer é motivo para o mundo do tênis comemorar.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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