Raí tem a coragem para estar na posição mais perigosa do futebol
Arriscar a imagem imaculada de ídolo nos gramados para exercer um cargo diretivo no futebol. Vale a pena? Vale o sacrifício?
A discussão permeou o Posse de Bola #29 quando analisamos os casos de Raí, no São Paulo, e Roberto Dinamite, no Vasco.
A entrevista de Diego Lugano ao nosso canal no Youtube (www.youtube.com/c/arnaldoetironi) trouxe mais elementos para a conversa. E revelações...
Companheiro de Raí na atual diretoria do São Paulo, mas sem as mesmas responsabilidades (Lugano é superintendente de relações institucionais, enquanto Raí é o homem forte do futebol), o uruguaio enalteceu o trabalho "oculto" do parceiro no clube.
Para Lugano, Raí teve coragem, está se sacrificando e é o homem certo para exercer o cargo mais "perigoso" no futebol atual.
-É muito perigoso para alguém da estatura do Raí se colocar nesta posição, que é a mais poderosa do futebol, a de diretor de futebol. É o posto mais visado do mercado. É quase impossível manter a ética e a moral nesta posição, porque ela envolve muito poder e muito dinheiro. Então, é preciso ter honestidade, trajetória, história no clube e honestidade. Só um cara com a imagem imaculada como o Raí pode exercer.
Faltam oito meses para terminar o mandato de Raí, já que o São Paulo terá eleição presidencial e não há nenhuma garantia de que ele permanecerá no cargo dependendo de quem for o vencedor.
Em menos de três anos, o ídolo envelheceu, se desgastou, foi xingado pela torcida, abandonou sua vida social e colocou em risco a tal imagem imaculada dita por Lugano.
No último domingo, uma reprise na TV mostrou a final do mundial de clubes de 92, em que o São Paulo vence o "dream team" do Barcelona por 2 a 1, com dois gols e estupenda atuação de Raí.
O mais intrigante dessa história é como alguém arrisca arranhar a imagem que deixou naquele dia no Japão para se colocar na posição em que a maioria fracassa. Dá pra explicar?
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