Pole Position

Pole Position

Só para assinantesAssine UOL
Opinião

Verstappen à parte, GP do Japão surpreendeu com fartura de ultrapassagens

Max Verstappen venceu pela terceira vez na terceira corrida que terminou no ano, em mais uma dobradinha da Red Bull, mas antes que comecem as reclamações sobre o estado atual da Fórmula 1, é preciso fazer algumas considerações. A própria Red Bull acredita que o domingo ensolarado no Japão ajudou o holandês a abrir 20s em relação ao terceiro colocado porque seu carro funciona melhor nestas condições que os rivais. E o restante do pelotão se divertiu em uma corrida que só teve o pódio definido a sete voltas do final.

Isso foi resultado direto de uma variedade de escolhas de compostos de pneus e estratégias, que só ficou acentuada depois de uma bandeira vermelha logo depois da largada. Mesmo dentro dos oito primeiros no grid, a corrida tinha pilotos com três compostos diferentes, algo incomum.

A temperatura do asfalto também influenciou de outra maneira: quando ficou mais nublado, na segunda metade da prova, estratégias que pareciam estar certas começaram a não fazer tanto sentido. A temperatura da pista começou com quase o dobro do que tínhamos visto até aqui no final de semana e caiu 8ºC ao longo da prova.

Isso, e a alta degradação, que significava que havia uma vantagem considerável de antecipar a parada, mas com o risco de ficar exposto no final, geraram um GP do Japão com muito mais ultrapassagens do que nas duas últimas edições.

É algo positivo porque alguns pilotos vinham reclamando que o regulamento atual, mudado em 2022, já não estava funcionando no sentido de permitir mais disputas por posição por conta da turbulência. Isso é mais sentido em curvas de alta, como em Suzuka, então havia a expectativa de uma procissão, que não aconteceu justamente por causa da mistura de compostos.

Sainz estava em quinto com 10 voltas para o fim

Até Sergio Perez, com a outra Red Bull, teve que abrir caminho no pelotão depois que foi passado por Lando Norris na estratégia no começo da prova. O inglês depois não conseguiu acompanhar o ritmo dos ponteiros e foi quinto. "Foi uma volta à realidade, talvez minhas voltas na classificação tenham sido boas demais. Voltamos a estar onde temos estado por todo o ano, atrás da Ferrari."

E Sainz, terceiro, estava em quinto com 10 voltas para o final e passou o companheiro Charles Leclerc e Lando Norris na pista. Isso também contribuiu para os 20s de vantagem de Verstappen, que não teve que abrir caminho no pelotão.

Continua após a publicidade

No top 10, só o sexto Fernando Alonso teve uma corrida igualmente solitária. George Russell e Oscar Piastri vieram brigando até o final da prova. E Yuki Tsunoda fez grandes ultrapassagens para conseguir ser "o melhor do resto", conseguindo pontuar novamente com a RB e se tornando o primeiro japonês a chegar nos pontos em mais de uma década em Suzuka.

Red Bull ainda domina, mas diferença cai

Outro ponto positivo para a competitividade é ver os rivais mais perto da Red Bull em uma pista em que foram massacrados na corrida que aconteceu ano passado, pouco mais de seis meses atrás.

Na classificação, a Red Bull já tinha sido o carro que menos evoluiu em termos de tempo. No domingo, embora a diferença seja a mesma de 2023, a grande diferença é a maneira como Sainz teve que abrir caminho no pelotão em uma prova de alta degradação de pneus. Inclusive, mais uma vez a Ferrari comprovou, mesmo com o desgaste alto de pneus, que os problemas que eles tinham com isso ficaram no passado. E também comprovaram a evolução em curvas de alta velocidade.

"Nós estamos muito mais consistentes, mas precisamos de um pouco mais para colocar a Red Bull sob pressão. Quando isso acontece, você comete mais erros. Não foi o caso hoje, mas esperamos que seja em outras pistas", disse o chefe ferrarista Fred Vasseur.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

Deixe seu comentário

Só para assinantes