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Red Bull deixa a tensão fora da pista e dá mais uma lavada na concorrência

A Red Bull parece mesmo querer roubar todas as manchetes nesta temporada da Fórmula 1, mas neste sábado eles falaram na pista, com mais uma performance muito superior aos rivais. Max Verstappen fez o de sempre: assegurou a ponta, abriu uma vantagem confortável para o caso de um Safety Car ser acionado, e levou o carro para a bandeirada para vencer pela segunda vez no ano.

E Sergio Perez até levou uma punição após o time o liberar em cima de Fernando Alonso em sua parada no box, mas mesmo assim terminou confortavelmente em segundo lugar. Mais um resultado perfeito para uma equipe que vive uma intensa disputa por poder envolvendo inclusive o próprio Verstappen.

A corrida foi movimentada no começo por conta de um Safety Car causado por Lance Stroll na volta 7, o que fez com que vários pilotos fizessem sua parada nos boxes bem cedo. No grupo da frente, Lando Norris e Lewis Hamilton decidiram não parar. O piloto da McLaren chegou a liderar por algumas voltas mas, quando Verstappen o passou, abriu mais de um segundo de vantagem em menos de uma volta. O mesmo aconteceria quando foi a vez de Perez superar o britânico.

Ferrari é a segunda força no momento

A Red Bull só não teve um resultado perfeito porque Charles Leclerc fez a volta mais rápida da prova, e isso tem seu simbolismo pois a marca foi obtida na última volta da prova, com pneus de mais de 40 voltas, com um carro que, no passado, sofria na corrida justamente por conta do alto desgaste.

Leclerc contou que foi ajudado pela ativação do DRS, já que estava logo atrás de um retardatário, mas ainda assim Verstappen também tentou forçar no final, mas sentiu que seus pneus não estavam em condições para conseguir a volta mais rápida.

Leclerc foi outro que passou Norris, que a esse ponto já estava com pneus mais desgastados. O monegasco comprovou algo que a performance de seu companheiro, Carlos Sainz, na etapa anterior, já tinha demonstrado: a Ferrari deu um salto importante em relação ao início de 2023, continuando a linha ascendente que tinha demonstrado na segunda metade do ano passado. E, no momento, é claramente o segundo melhor carro.

O monegasco correu sozinho depois que passou Norris, enquanto Mercedes e McLaren tinham um ritmo bastante similar. A primeira prova disso foi a disputa de mais de 20 voltas entre Hamilton e Oscar Piastri. E, depois que o britânico parou, ele colocou pneus macios, mais velozes, e veio ganhando terreno junto com Norris, que estava na mesma condição.

Os dois vinham em ritmo semelhante à caça do estreante Oliver Bearman, substituto de Sainz, que inclusive estava no paddock um dia depois de sua cirurgia de apêndice. O britânico de apenas 18 anos fez um excelente trabalho, tendo tido apenas uma sessão de treinos livres para se adaptar ao carro, e foi sétimo colocado, além de ter sido votado como piloto do dia pelos torcedores.

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A estratégia de Bearman foi largar com os pneus macios e esperar por um Safety Car nas primeiras voltas para trocar para o duro. E foi justamente o que aconteceu. Isso o ajudou, mas o britânico também teve algumas oportunidades para se desesperar e cometer erros nas primeiras voltas, quando esteve sob pressão de outros pilotos. E não o fez. Outro detalhe é o quão física é essa corrida da Arábia Saudita, em um circuito anti-horário com muitas curvas de alta velocidade e altas temperaturas. Essa foi a corrida mais longa que ele fez na carreira, com pressão até o final, e ele se saiu bem mesmo assim.

À frente dele chegaram Fernando Alonso e George Russell, com o espanhol conseguindo um resultado melhor do que projetava com um carro que gasta mais pneus que seus rivais diretos. E olha que Alonso foi um dos que pararam logo no início da prova, aproveitando o SC. E não é que Russell estava pressionando-o: a Aston Martin realmente parecia ter um ritmo mais forte que a Mercedes em Jeddah, algo impensável há uma semana.

Agora, a Red Bull mostrou que é muito mais forte que a concorrência em uma pista que casa muito bem com seu carro, no Bahrein, e em outra pista em que os rivais tinham a esperança de estarem mais próximos, já que o asfalto de Jeddah é pouco abrasivo e a vantagem no cuidado com os pneus que a Red Bull tem fica menor. No entanto, as curvas de alta velocidade continuam sendo um problema para o equilíbrio dos demais carros. Mas não para a Red Bull.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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