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Jessica Lima cresce e põe vaga olímpica de Rafaela Silva em xeque

Sétima colocada do ranking mundial, Rafaela Silva poderia estar arrumando as malas para os Jogos Olímpicos de Paris. Mas o crescimento de Jessica Lima, que a venceu no Grand Slam de Tbilisi (Geórgia), na semana passada, põe uma boa dúvida na cabeça da comissão técnica.

Na semana que vem, a comissão vai anunciar a convocação de alguns nomes a Paris. São judocas que não vão mais deixar a zona de classificação do ranking olímpico e que não têm concorrência interna. A lista deve ter Mayra Aguiar, Guilherme Schmidt e Rafael Silva, entre outros.

Como sétima do mundo, Rafaela poderia estar na convocação. Mas Jessica, da Sogipa, está em forte crescimento. Foi quinta em Tbilisi e agora é a 10ª do ranking mundial. No ranking olímpico, que já não considera os pontos que serão descartados até o fim da corrida, Rafa é nona e, Jessica, 11ª.

Se o processo de classificação fechasse hoje, a vaga seria de Rafaela. Um dos critérios da comissão técnica brasileira é que quando dois judocas da mesma categoria estiverem na zona de classificação, mas só um for cabeça de chave, a vaga é deste. É o caso de Rafaela no peso leve.

Mas a judoca da Sogipa está chegando. Com o quinto lugar em Tbilisi (perdeu das duas primeiras do ranking, somente), já está a menos de 200 pontos de entrar na "zona de cabeça de chave" e jogar a decisão entre ela e Rafaela para os critérios técnicos, só após o Mundial.

E, nos números, a disputa é ainda mais parelha. Jessica tem resultados recentes melhores, incluindo uma prata no Grand Slam de Tóquio, que encerrou um tabu de 10 anos sem medalhas do Brasil lá. Rafaela vinha de campanhas ruins até o bronze na Geórgia.

Nos confrontos diretos, Jéssica leva vantagem. Está 2 a 1 para ela no circuito mundial, incluindo uma vitória no torneio do fim de semana passado. E, em lutas contra as oito melhores do mundo, as duas têm números ruins: duas vitórias cada entre as temporadas 2023 e 2024.

Quando se analisa a carreira toda, Rafaela tem óbvia vantagem. Números melhores, resultados melhores. Mas há também uma leitura de que esporte é momento, e no momento Jessica, de 26 anos, tem se destacado mais.

Neste fim de semana, as duas lutam o Grand Slam de Antalya, na Turquia. Depois, ainda competem pelo menos o Pan, no Rio, e Mundial, em Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos). O calendário internacional também prevê duas etapas de Grand Slam, em maio, no Cazaquistão e no Tadjiquistão. Ainda não foi anunciado se elas vão competir.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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