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ReportagemEsporte

Hugo Calderano não vai a Mundial por meta de ser cabeça de chave em Paris

Há 12 anos servindo a seleção brasileira, Hugo Calderano pela primeira vez estará fora de um Campeonato Mundial. O melhor mesa-tenista da história do país decidiu não participar do Mundial por Equipes, este mês, na Coreia do Sul. Tudo por um objetivo maior.

"Daqui até Paris, todas as decisões que eu tomar vão ser com esse objetivo, de chegar a Paris na melhor forma possível, com condições de brigar por uma medalha. [Ir ao Mundial] seria bem desgastante, vou ter que ir várias vezes para a Ásia, depois América, muitas competições para acumular pontos no ranking mundial e chegar na melhor colocação possível no ranking em Paris", explicou ele, hoje (2), em uma entrevista coletiva online.

Nos Jogos Olímpicos, os quatro melhores ranqueados têm o privilégio de não se enfrentarem até a semifinal. Dois dos cabeças da chave serão, fatalmente, chineses, já que os cinco primeiros do ranking mundial são da China — cada país só pode ter dois atletas na competição individual das Olimpíadas.

A terceira e a quarta vaga estão abertas. Campeão do WTT Star Contender de Goa (Índia), no fim de semana, o fenômeno francês Felix Lebrun, 17, assumiu a terceira ao vencer o próprio Hugo Calderano na final. Com a prata, o brasileiro ultrapassou Yun-Ju Lin, de Taiwan, mas seguiu em sétimo no ranking, por enquanto com a quarta vaga de cabeça de chave.

Só que a diferença de pontos entre os três é mínima, e deverá ser decidida nos detalhes até Paris. Daí a importância de jogar 10 torneios que valem para o ranking mundial até as Olimpíadas, em quatro continentes diferentes. Como também tem compromisso com um clube na Alemanha, onde mora e treina, Calderano optou por contar onde dá, e não jogar o Mundial por Equipes.

Mundial também é importante

A competição, em Busan (Coreia do Sul), começa no dia 16 de fevereiro. O Brasil, cabeça de chave, caiu no grupo com Eslovênia, Cingapura, Canadá e Malásia. Com Calderano, seria favorito a avançar em primeiro e chegar até as quartas de final. Sem ele e sem Eric Jouti (142º do ranking mundial), o Brasil terá Vitor Ishiy (87º), Guilherme Teodoro (144º) e Carlos Ishida (294º).

Será mais difícil o time brasileiro chegar às quartas e manter a sétima posição no ranking mundial, o que teria como consequência um chaveamento desprivilegiado na competição olímpica por equipes. Calderano tentará compensar isso melhorando sua pontuação no ranking individual, o que também reflete no coletivo. "Se eu puder fazer minha parte no ranking individual para ganhar mais pontos para nossa equipe a gente também ganha com isso", diz ele.

No feminino, o Brasil terá a mesma equipe que deverá ir a Paris: as irmãs Bruna e Giulia Takahashi e Bruna Alexandre, atleta paralímpica que hoje é a terceira da seleção olímpica. O time caiu no grupo com Japão, Luxemburgo, África do Sul e Irã. O Brasil é 14º do ranking mundial feminino.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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