Sindicato contra-ataca e alerta para ações contra corte de salários
Passadas três semanas da paralisação do futebol em SP, posterior decretação de férias de 20 dias e anúncio de corte (ou intenção de) de salários e/ou direitos de imagem dos jogadores, o presidente do Sindicato dos Atletas de SP, Rinaldo Martorelli foi taxativo: "Os atletas não precisam aceitar. E se nos procurarem, iremos à Justiça."
Nesta terça-feira, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu em favor dos sindicatos. "As reduções salariais devem passar pelos sindicatos", diz a decisão do ministro Ricardo Lewandowski.
Em longa entrevista ao BLOG, Martorelli informou que, dos grandes clubes do Estado, só o Corinthians procurou o sindicato para negociar a antecipação das férias e prolongar as conversas sobre as ações futuras caso a pandemia do coronavírus arraste por mais meses a paralisação dos campeonatos.
A parada do futebol, o cancelamento de patrocínios, o fim das arrecadações (bilheterias e programas de sócio-torcedor) e o não pagamento de cotas de direitos de transmissão são usados pelos clubes para justificar a necessidade de corte de salários e direitos de imagem. Mas o sindicato acusa alguns clubes de usar a pandemia como desculpa apenas. "A gente está num impasse. Não é segredo para ninguém o inadimplemento dos clubes. Fica difícil mais difícil para os atletas aceitarem qualquer tipo de negociação, porque já estão sem receber", afirmou Martorelli.
Sobre a postura do São Paulo, que anunciou corte imediato de salários e direitos de imagem, Martorelli foi mais duro. "A gente está em contato permanente com os jogadores (do São Paulo). E aí que está o problema da unilateralidade (decisão sem negociação). A imposição da diretoria não torna a medida legal. É ilegal. O São Paulo e qualquer outro clube que tentar essa medida unilateral vai ficar propenso a uma ação judicial", finalizou o presidente do sindicato.
Nesta terça, a entidade presidida por Martorelli emitiu comunicado afirmando que o sindicato entrou em contato com todos os clubes participantes das séries A1, A2, A3 e B dos Campeonatos Paulistas, masculino e feminino, com um chamado oficial para negociações. Na mensagem o sindicato cita uma decisão do Supremo Tribunal Federal da última segunda, que fala que as negociações precisam passar pelas entidades de classe.
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