Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.
Exclusão de atleta por "exame de gênero" na Copa Africana gera polêmica
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
Um dos maiores destaques dos Jogos Olímpicos de Tóquio, a atacante Barbra Banda foi excluída e não poderá representar a Zâmbia na Copa Africana de Nações feminina. Segundo o presidente da Associação de Futebol do país, Andrew Kamanga, a jogadora foi reprovada em um "exame de gênero" solicitado pela Confederação Africana de Futebol (CAF). A participação de atletas transgêneros no esporte está sendo discutida cada vez mais pelas entidades e federações, e decisões como essa naturalmente acabam gerando polêmicas.
"Não vejo violação dos Direitos Humanos nesse caso. O que vemos é uma regulação que pode estar errada como estrutura, com uma base que não evoluiu às mudanças científicas. A pergunta que fica é: esse grau de testosterona que ela tem foi 'conquistado' por que tomou algum tipo de medicamento para melhorar sua performance ou é natural da estrutura biológica dessa pessoa? A ciência tem cada vez mais descoberto que não existe uma conta exata, há muitos detalhes e variáveis", analisa Mônica Sapucaia, advogada especializada em Direitos Humanos.
O advogado Filipe Souza, especialista em direito desportivo, alerta para a falta de segurança jurídica e prega pela cautela.
"As notícias que foram divulgadas sobre o caso Barbra Banda indicam que a decisão não foi baseada em critérios de elegibilidade bem definidos, o que a tornaria desarrazoada. Essas questões são relativamente novas e ainda não possuem um delineamento que traga segurança jurídica, por isso devem ser enfrentadas com cautela", afirma.
Em entrevista à BBC, nesta quarta-feira (6), o dirigente explicou o processo que resultou na exclusão da atacante às vésperas da competição.
"Todas as jogadoras tinham que passar por um exame de gênero, uma exigência da CAF, e infelizmente ela não atendeu aos critérios estabelecidos pela CAF. Infelizmente, nós acabamos tendo de ir para o torneio sem a nossa principal jogadora", disse Andrew.
Questionado pela emissora britânica sobre a exclusão de Barbra, um dirigente responsável pela comunicação da entidade organizadora afirmou não haver "uma decisão do comitê médico da CAF" sobre o tema.
A resposta da CAF não agradou o presidente da AFZ, que discorda ser responsabilidade exclusiva da federação pelo corte da principal jogadora da Zâmbia.
"Todo mundo no país foi levado a acreditar que a AFZ não fez nada e decidiu por sua conta excluir a jogadora. As federações são obrigadas a realizar esses testes e passar os resultados para a CAF, que também faz os seus testes se achar necessário. Então, não é justo dizer que a CAF não é parte da situação", disse Andrew.
Com a ausência de Barbra, a Zâmbia estreou empatando sem gols com Camarões na Copa Africana de Nações, no último domingo.
Nos siga nas redes sociais:@leiemcampo
Nossa seleção de especialistas prepara você para o mercado de trabalho: pós-graduação CERS/Lei em Campo de Direito Desportivo. Inscreva-se!
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.