Julio Gomes

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Tem de se esforçar para ver problemas para brasileiros na América do Sul

Vamos falar de "grupo da morte" aqui, "pedreira" ali, clássico, times tradicionais e tal. Mas a verdade é que a realidade atual do futebol brasileiro, em comparação ao do resto do continente, faz com que os times daqui sejam absolutos favoritos nas Copas Libertadores e Sul-Americana. Só tem graça quando os brasileiros desprezam algum momento de alguma competição - geralmente fase de grupos da Sul-Americana - ou quando vivem crises internas ou quando chegamos ao funil do mata-mata. Porque aí é mata-mata, e às vezes aparece algum time não brasileiro para a história.

Na Libertadores, é difícil imaginar algum brasileiro eliminado na fase de grupos. Aliás, para mim, difícil até visualizar algum deles não sendo primeiro de seu grupo. Claro que pode acontecer, mas seria zebra. Até mesmo o Botafogo, que estava no pote 4, já chega à Libertadores como favorito para ganhar o grupo.

O Fluminense tem um grupo maravilhoso para ser primeiro e ter a melhor campanha da fase de grupos, contra times grandes de seus países, tradicionais, mas que não são páreo. O São Paulo é outro que pode sorrir aliviado. O grupo do Flamengo é uma piada para o nível do time de Tite, e o Palmeiras possivelmente até agradeça um pouco mais de competitividade (Del Valle e San Lorenzo), que não teve nos grupos dos últimos anos. O Atlético Mineiro pegou o pior dos cabeças de chave (o Peñarol) e também deve passar sem sustos.

O Grêmio tem um bom Estudiantes pela frente e uma viagem para La Paz, mas também é favorito. O Botafogo caiu no grupo que sonhava, sem brasileiros e sem o River Plate. Vai viajar a Quito (LDU), Barranquilla (Junior) e Lima (Universitario), viagens longas, camisas tradicionais, mas tem tudo para passar.

Na Sul-Americana, tem que se esforçar demais para encontrar dificuldades para os brasileiros. O Cruzeiro, que está longe de ser o melhor Cruzeiro de todos os tempos, o Inter, que tem um belo time, e o Athletico-PR são favoritos absolutos em seus grupos.

Aí precisamos chamar o grupo do Fortaleza de "grupo da morte", porque tem o Boca Juniors e uma viagem à altitude de Potosí, na Bolívia. Ou então o do Corinthians de "dificilíssimo" porque tem o pequeno Argentinos Juniors, que deu trabalho na Libertadores do ano passado, e os possantes Nacional (do Paraguai, não o do Uruguai) e Racing (do Uruguai, não o da Argentina). Sequer viagens longas o Corinthians terá.

Até o Cuiabá, que estava no pote 3, e o RB Bragantino, no pote 4, são favoritos a ficar nas primeiras duas colocações de seus grupos, que tem como adversários mais respeitáveis Lanús e Racing, respectivamente.

O fato é que foi-se o tempo de grandes problemas para os brasileiros nas competições sul-americanas. O Brasil virou comprador, virou a ponte (às vezes, o fim) para jogadores sul-americanos jovens. Encontrar problemas no sorteio desta segunda é encontrar pelo em ovo, é forçar a amizade.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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