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Ferrari está construindo seu direito de sonhar
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Não dá para não pensar no passado. Não dá para não lembrar dos anos vermelhos do início do século.
A Ferrari dominou a abertura dos treinos para o GP da Austrália, terceira etapa do campeonato. Fazia tempo que não acontecia: desde 2007 a escuderia não terminava uma sexta-feira em Melbourne na ponta da cronometragem.
Os protagonistas daquela ocasião já nem estão mais na categoria: Massa foi o mais rápido naquele já longínquo 2007, seguido por Raikkonen. E os protagonistas de agora eram adolescentes que ainda viam a F1 como um sonho distante: Leclerc tinha 9 anos e Sainz, 12.
Quinze anos atrás, a Ferrari saiu de Melbourne com um piloto líder do campeonato: Raikkonen. Meses depois, o finlandês terminaria campeão daquela temporada. Hoje, o líder do Mundial é Leclerc. Que sabe que, mantendo o ritmo atual, pode ter o mesmo destino.
Até agora, nada indica o contrário.
Na primeira sessão no remodelado circuito do Albert Park, o espanhol foi o mais rápido. Cravou 1min19s806, vantagem de 0s571 para Leclerc. Tanta diferença tem uma explicação: o monegasco escapou da pista num momento-chave, quando tentava sua melhor volta.
As Red Bulls vieram na sequência, com Pérez e Verstappen. Hamilton foi só o sétimo. Russell, seu companheiro, foi apenas o 12º colocado.
A sessão foi marcada pela decepção de Vettel. O retorno do alemão à F1 após ter perdido os dois primeiros GPs do ano por Covid foi curto. Faltando cerca de 15 minutos para o fim do treino, o motor Mercedes de seu Aston Martin foi pelos ares. Fim de sexta-feira para ele.
Chamou a atenção também o fato de Pérez ter iniciado os treinos levando para a pista duas grelhas para avaliações aerodinâmicas. Esses ensaios são normais em testes coletivos, mas não em treinos livres em fins de semana de corrida. É um indicativo claro de que a Red Bull ainda busca respostas para o desempenho dos seus carros.
Na segunda sessão, Leclerc e Sainz duelaram pelo melhor tempo, e o monegasco venceu: 1min18s978. Verstappen conseguiu se intrometer e terminou em segundo, a 0s245, com o espanhol na sua cola, a apenas 0s153.
Mas não foi fácil para o holandês. Repetindo o que já fizera nas duas primeiras etapas do ano, Verstappen reclamou muito pelo rádio, chegando a xingar o carro por não encontrar o acerto que buscava.
A Mercedes mais uma vez foi coadjuvante: Russell foi o 11º, com Hamilton duas posições atrás. É uma constatação que choca ainda mais quando, como no caso da Ferrari na abertura deste post, olhamos para a história.
Hamilton é o piloto que mais vezes largou na pole position no Albert Park: oito vezes. Caso consiga mais uma, superará Senna (Imola) e Schumacher (Suzuka) e se tornará o recordista de poles num mesmo circuito.
Mais: na última visita da F1 a Melbourne, em 2019, o domínio foi da equipe alemã: pole de Hamilton, melhor volta e vitória de Bottas. Três anos depois, a Mercedes sairá da Austrália satisfeita se conseguir marcar alguns pontos.
O jogo virou. Etapa após etapa, Leclerc, Sainz e a Ferrari estão construindo seu direito de sonhar.
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