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Fábio Seixas

REPORTAGEM

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Apoio de Hamilton pode segurar Bottas na Mercedes

Valtteri Bottas e Lewis Hamilton, dupla da Mercedes, no circuito de Hungaroring, que recebeu a 11ª etapa do Mundial - Mercedes
Valtteri Bottas e Lewis Hamilton, dupla da Mercedes, no circuito de Hungaroring, que recebeu a 11ª etapa do Mundial Imagem: Mercedes

Colunista do UOL

23/08/2021 16h11

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As férias da F-1 estão acabando, as equipes já se preparam para viajar para a Bélgica, Spa faz os últimos ajustes para receber a categoria pela 54ª vez...

Mas cadê o anúncio do companheiro de Hamilton no ano que vem?

Não veio, não deve vir nesta semana, tudo indica que ficará para setembro. E o motivo é um só: a cúpula da equipe ainda não se decidiu.

Por um lado está o desempenho fraco de Bottas nesta temporada. O finlandês é só o quarto colocado no campeonato, atrás dos duelistas pelo título e de Norris, e vem falhando na sua principal missão: tirar pontos de Verstappen.

Há, também, o projeto interno de investir na carreira de Russell e a necessidade de prepará-lo para um dia assumir a posição de protagonista.

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Russell, no GP do Sakhir de 2020, quando substituiu Hamilton, com Covid
Imagem: Mercedes/Divulgação

E existe, por fim, uma enorme pressão de imprensa inglesa para que seu menino-prodígio, piloto de testes da Mercedes desde 2018, seja promovido logo a titular.

Por outro lado, existe Hamilton.

Em entrevista à MTV Sport, emissora que transmite a F-1 em seu país, Bottas revelou que tem o apoio interno do inglês para ficar.

"Lewis me disse de forma bem direta que gostaria que eu fosse seu companheiro. Trabalhamos muito bem juntos", declarou. "Não acho que teremos novidades num futuro muito próximo. Tudo está indo na direção certa, vamos ver o que acontece."

Tem lógica: o heptacampeão está confortável com Bottas. E provavelmente tem em seu contrato o poder de escolher quem estará a seu lado.

O finlandês corre pela Mercedes desde 2017, foi vice-campeão nas duas últimas temporadas, soma 17 poles e 9 vitórias, tem uma extensa folha de serviços prestados à equipe.

Mas seu maior trunfo é não incomodar.

A chegada de Russell tem potencial explosivo, pode mexer com o equilíbrio do time. Até porque não há coaching ou lavagem cerebral que segure o ímpeto de um piloto de 23 anos dentro de um cockpit a 300 km/h.

Aos 36 anos, já caminhando para seus últimos dois anos de contrato e para o fim da carreira na F-1, tudo o que Hamilton não quer é um jovem rápido _e compatriota_ dividindo seu espaço e atormentando sua vida.