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Diogo Silva

REPORTAGEM

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Joanna Maranhão é eleita membro do conselho de ética do COB

A ex-nadadora olímpica Joanna Maranhão durante competição - Acervo pessoal
A ex-nadadora olímpica Joanna Maranhão durante competição Imagem: Acervo pessoal

12/04/2022 20h12Atualizada em 12/04/2022 20h12

A ex-nadadora olímpica Joana Maranhão, 34, foi eleita como membro não independente, ou seja, sem nenhum vínculo com organizações esportivas para o conselho de ética do COB (Comitê Olímpico do Brasil).

O conselho de ética é responsável por apurar casos de assédio, racismo, violência e abuso de poder. Além disso, é um órgão fiscalizador que apura a conduta e os processos do Comitê Olímpico.

Durante a assembleia extraordinária no hotel Hilton, na Barra, no Rio de Janeiro, foram recebidos 35 presidentes de confederações e 18 atletas da comissão de atletas do COB (CACOB) para elegerem dois candidatos ao conselho de ética não independente, três para o conselho de ética dependente e três para o conselho fiscal.

Joanna concorreu com nomes fortes como, por exemplo, Dr Bernadino Santi, médico da seleção brasileira de boxe que presidiu por anos o sistema de controle de doping e tentava sua reeleição, e Sami Arap, advogado, ex-presidente da confederação brasileira de rugby, que foi presidente do conselho nos últimos dois anos e brigava por uma possível reeleição.

Joanna foi eleita com 43 votos, ficando em segundo lugar Sami, com 31 votos, e Dr. Bernadino, com 24 votos. A campanha de Joanna foi feita pelos próprios atletas que articularam sua candidatura.

Antes das eleições, a CACOB ouviu todos os candidatos para escolher quem estava mais alinhado a sua proposta de governança. E no quesito articulação mostrou muita força e liderança em votar em bloco para escolher as melhores opções.

A dedicação dos atletas foi tamanha que Francisco Barretto, da ginástica, que estava no meio de uma competição, aproveitou o intervalo do almoço e correu até o hotel Hilton para depositar seu voto.

Mas também tivemos casos de presidentes de confederação que votaram em branco ou que nem sabiam quem eram os candidatos.

Joanna foi uma indicação da comissão dos atletas que viram no seu perfil uma ótima representante para assuntos tão sensíveis para a comunidade esportiva.

Primeiro, porque Joanna levantou a bandeira para discutir sobre assédio sexual no universo esportivo, desencadeado um dos maiores debates sobre o tema, obrigando o COB e demais organizações a criarem sistema de proteção ao atleta com 0800 e profissionais para atender e apurar denúncias.

Segundo, por estar na Europa cursando mestrado em ética e educação no esporte, bolsa concedida pelo Instituto Olímpico Brasileiro por intermédio do Comitê Olímpico Internacional.

Joanna é a primeira mulher e atleta a fazer parte do conselho de ética e sua indicação foi unânime entre os atletas.