Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Diogo: O esporte agradece profundamente a Elza Soares, a voz do milênio
Recebemos a notícia que a cantora Elza Soares, 91, considerada a voz do milênio, fez sua passagem da terra, falecendo de forma natural neste dia 20 de fevereiro, mesmo dia que Mané Garrincha faleceu há 39 anos.
Com 91 anos e 33 discos gravados, Elza sambou na cara da sociedade inúmeras vezes e teve, nos últimos cinco anos, a consagração da sua carreira e a aceitação plena de quem a admira.
Da geração de 60, que escutou seu primeiro disco, "Se acaso você chegasse'', ao seu último disco de 2021, "Elza & João de Aquino", não há quem não a reconheça.
O relacionamento que Elza tinha com o esporte era emblemático. Além de ter sido a companheira de Mané Garrincha, um dos maiores jogadores do futebol brasileiro, Elza também protagonizou a abertura dos Jogos Pan Americanos de 2007.
O torneio, que naquele momento era o maior evento esportivo realizado no Brasil, teve Elza Soares cantando o hino nacional na abertura.
Se eu chorei ao escutar o hino tocando em um pen drive, imaginem como eu estava vendo e ouvindo Elza com sua voz rouca como uma cantora de blues, cantando o hino nacional à capela, trazendo o Maracanã junto ao peito, como um coro de torcida organizada.
Lembro do público acompanhar verso por verso, estrofe por estrofe até o fim, eternizando um momento mágico.
Elza também fez uma aparição incrível durante os Jogos Olímpicos de 2016, no Brasil, no mesmo Maracanã, só que, dessa vez, ela trouxe a música "O Canto de Ossanha'', de Baden Powell.
Meu disco preferido da cantora é "Do Cóccix Até o Pescoço", que traz a música "A Carne", tema, em 2017, do documentário que contou com a participação da judoca campeã olímpica Rafaela Silva. Com uma nova roupagem Elza faz uma nova interpretação para a música ''A Carne'' composta por Seu Jorge, Marcelo Yuka e Ulisses.
No doc "Duas Mulheres, Duas Vidas, Uma luta", narrado por Elza, essa conta sua história de vida dentro da história da Rafaela Silva, mostrando a origem que ambas tiveram nas comunidades cariocas, o racismo que viveram e a volta por cima que elas deram acompanhadas por vitórias e conquistas.
O relacionamento que Elza tinha com o esporte era profundo e sua imagem foi um grande símbolo de luta, perseverança e vitória.
O esporte, assim como os atletas, agradecem profundamente a esse grande ícone da cultura afro-brasileira e que sua história seja contada pela eternidade.
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