O nobre guerreiro negro Hebert Conceição é ouro olímpico no boxe

Ao som de Olodum, Hebert Conceição, o baiano de Salvador que é fruto de um projeto social, venceu por nocaute no terceiro round o ucraniano Oleksand nas Olimpíadas de Tóquio, em uma luta extremamente difícil.
Hebert estava em desvantagem nos dois primeiros rounds e, no último, foi para o tudo ou nada. Acertou um belo cruzado de esquerda, que foi fulminante para o ucraniano.
O jovem talento de 23 anos, criado nas periferias de Salvador, foi descoberto no projeto social da academia Champion, do renomado treinador Luiz Dorea.
A Champion foi responsável por revelar inúmeros lutadores como, por exemplo, Robson Conceição, campeão olímpico em 2016.
A base de treinamento do boxe olímpico fica em São Paulo, na região do bairro de Santo Amaro, e conta com um ótimo trabalho do técnico Mateus Alves.
Conversei com Hebert antes do embarque para Tóquio, no podcast Central das Lutas. O pugilista revelou que é muito bom em revanches e que sempre vence os adversários dos quais perdeu em uma segunda tentativa.
E de fato é verdade. Em sua semifinal, Hebert enfrentou e venceu o atleta da Rússia, de quem havia perdido na semifinal do Campeonato Mundial.
O nobre guerreiro negro de alma leve, trilha sonora que Hebert usou na semifinal e na final, é uma homenagem do Olodum para Nelson Mandela, ex-presidente da África do Sul e líder da luta negra sul-africana contra o apartheid.
A música do Olodum é um hino nas periferias de Salvador. E ao som de samba reggae, Hebert dançou rumo ao pódio.