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Diogo Silva

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Com recorde de classificados, Brasil se prepara para viajar a Tóquio

30/06/2021 04h00

Dia 4 de julho temos brasileiros embarcando para o Japão. Depois do adiamento do maior evento esportivo do mundo e de toda insegurança gerada pela covid 19, as primeiras delegações brasileiras estão arrumando as malas para embarcarem rumo aos Jogos Olímpicos de Tóquio.

Partindo com 19 dias de antecedência para a data de abertura (23), os primeiros atletas brasileiros já estão se preparando para a viagem. Esse período de antecedência é necessário pelo fuso horário. Segundo os fisiologistas, cada hora representa um dia de adaptação. Ou seja, com 12 horas de fuso horário são necessários 12 dias de adaptação para que o organismo responda da melhor forma possível.

A aclimatação não é somente do fuso horário, é também para o clima, alimentação e testes nas instalações olímpicas, já que não foram possíveis eventos testes com participação de brasileiros.

Como os atletas estarão na Vila Olímpica, eles terão acesso a todo tipo de comida e o refeitório fica disponível 24h. Mas toda essa comida e bebida à vontade gera muitos problemas. Alguns atletas acabam perdendo noites de sono ou tendo dor de barriga pela comida em abundância.

E dessa vez não vai ter papo sobre balada dentro da Vila porque tudo será restrito. Serão feitos testes diários de covid nos atletas e delegações, fora o manual de boa conduta que foi criado pelo COI para colocar normas e regras para quem tentar andar por aí sem máscara.

As seleções do futebol feminino e masculino serão as primeiras a competirem em Tóquio, entre os dias 21 e 22 de julho. O badminton e a ginastica rítmica são as primeiras modalidades individuais a estrearem no dia 23. Acompanhando de perto vem o taekwondo, que começa dia 24 e encerra dia 27.

Com 279 atletas classificados para Tóquio, o Brasil quebra o recorde que pertencia aos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, com 277 brasileiros. A maior delegação brasileira da história foi durante os Jogos do Rio, com 465 atletas. Número possível por causa das vagas diretas às quais o país teve direito sendo sede, sem precisar de classificação e concorrência internacional.

Faltando apenas 23 dias para a abertura dos Jogos de Tóquio, o Brasil ainda pode classificar mais atletas podendo alcançar números ainda mais expressivos.

Mas não pensem que está sendo fácil para o país a quebra desse recorde. Muitos esforços foram feitos para manter algumas vagas como, por exemplo, as dos atletas Isaac Sousa e Luana Lira nos saltos ornamentais.

Em uma mudança de regra depois da classificação dos brasileiros, a FINA, Federação Internacional de Natação, tirou os semifinalistas da classificação olímpica. Sendo assim, os brasileiros e todos os atletas internacionais que tinham alcançado a semifinal perderam suas vagas.

O resultado só foi revertido por uma forte atuação política das comissões dos atletas, COB e CBDA.

O nadador Thiago Pereira é membro da comissão de atletas da FINA e junto com a comissão dos atletas do COB passaram a enviar solicitações para revisar os resultados dos brasileiros. Esse tipo de demonstração passa a pressionar a organização internacional. Juntando forças com as solicitações do COB e da Confederação de Desportos Aquáticos, no último dia 25, saiu a nota oficial, informando sobre a manutenção das vagas dos saltadores que somam na quebra do recorde de classificados.