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Diogo Silva

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Novos países marcam território no UFC e isso é bom

Israel Adesanya e Kamaru Usman, campeões do UFC - Mike Roach/Zuffa LLC via Getty Images
Israel Adesanya e Kamaru Usman, campeões do UFC Imagem: Mike Roach/Zuffa LLC via Getty Images

28/04/2021 04h00

Com a globalização do MMA, o UFC, principal liga de artes mistas do mundo, tem a maior variedade de nacionalidades de todos os tempos entre os detentores de cinturões. Por seus históricos de campeões e tradição de grandes lutadores, Brasil e Estados Unidos são potências tradicionais no evento, mas novos países têm marcando território no UFC.

Nas oito categorias masculinas, a África detém três cinturões. Entre os campeões, estão os nigerianos Israel Adesanya, no peso-médio, Kamaru Usman, no peso meio-médio, e o camaronês Francis Ngannou, no peso-pesado. Com isso, a África é o continente com mais cinturões no masculino atualmente, sendo a Nigéria o país com mais títulos.

Nas demais categorias, temos o brasileiro Deivison Figueiredo, no peso-mosca, o jamaicano Aljamain Sterlingno, peso-galo, o australiano Alexander Volkanovski, no peso-pena e o polonês Jan Blachowicz, no meio-pesado.

No peso-leve, tínhamos o russo Kabib Nurmagomedov, mas com sua desistência após a morte do pai pela covid-19, a categoria está atualmente vaga. O americano Jon Jones, que subiu para o peso-pesado, é o atleta mais vitorioso em atividade e número 1 do ranking.

Entre as mulheres temos a brasileira Amanda Nunes, dona de dois cinturões - um cinturão no peso galo e outro no peso pena -, sendo também a melhor peso por peso feminino. Também temos a americana Rose Namajunas, no peso-palha, e a lutadora do Quirquistão Valentina Shevchenko, dona da categoria peso-mosca.

Mudança no cenário

Brasileiros e americanos que há 10 anos eram unanimidades entre os detentores de cinturões, hoje são minoria diante do crescimento de outras nações como, por exemplo, a África. E vejo nisso um aspecto positivo.

A crescente inserção de africanos, chineses e europeus, trouxe mais dinamismo à competição, e os lutadores apresentaram estilos de artes marciais diferentes do que estávamos acostumados. O sambo dos russos, o sanshou dos chineses e o jogo duro dos africanos vêm constantemente obtendo sucesso no octógono.

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Valentina Shevchenko vence Jéssica 'Bate-Estaca' no UFC 261
Imagem: Reprodução/Instagram

Um outro aspecto que me chamou a atenção foi o crescimento do nível técnico dos lutadores e lutadoras. No feminino Valentina Shevchenko é a mais apurada. Sua última derrota foi contra a brasileira Amanda Nunes em 2017. Desde então, foram sete vitórias e cinco defesas de cinturão.

Entre os homens Kamaro Usman é unânime. Com apenas uma derrota e 19 vitórias, é um lutador que evolui a cada luta e muito difícil de ser batido.

No UFC 261, realizado no último sábado (24), vimos grandes lutas e muitos nocautes. O que mais me chamou a atenção foi o chute da americana Namajunas na Chinesa Zhang Weili. Foi um nocaute espetacular. Um chute típico de lutadores de taekwondo, demonstrando muita técnica e qualidade no movimento.

Espero ver cada vez mais países de outros continentes mostrando seu estilo de luta e apresentando ao público um verdadeiro show de artes mistas.