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Garcia: Auditores brancos do STJD acham que podem definir o que é racismo
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O Pleno do STJD perdeu nesta quinta-feira (18) a chance de dar um grande passo na luta contra o racismo no futebol, ao reverter punição que tirava três pontos do Brusque. Em um julgamento marcado por auditores brancos, onde o único negro era o meia Celsinho, do Londrina, que sofreu a injúria racial, e seu advogado.
Mais do que isso, a decisão representou um grande retrocesso, já que não punir de forma severa um ato de racismo que já havia sido condenado em 1ª instância aumenta a sensação de impunidade contra os criminosos raciais que insistem em existir no esporte brasileiro.
Para a maioria do tribunal desportivo, o ato de injúria racial não foi considerado gravíssimo. Em resumo, para alguns, seria se a ofensa viesse de um grupo de torcedores, ou se o xingamento em questão fosse "macaco". Oras, desde quando existe grau de gravidade em atos racistas? São todos gravíssimos.
Mas o que esperar de um bando de auditores brancos? Quem pensam que são para definirem o que é ou não racismo? Aproveitando o espaço, parabéns para o auditor Paulo Feuz e ao relator Maurício Neves Fonseca, exceções que votaram pela perda de pontos.
O órgão, no fim das contas, aliviou para o Brusque, mudando a tabela da Série B, especialmente na briga contra o rebaixamento. Deixou na Segundona um clube manchado por palavras racistas de um de seus dirigentes mas importantes: Júlio Antônio Petermann, presidente do Conselho Deliberativo - (coincidência ou não) um entre o 86% de brusquenses que apertaram o 17 em 2018.
A multa para o sujeito foi mantida. Assim como para o clube. Mas não é apenas o agressor que precisa ser punido. Ao aliviar para a instituição no âmbito esportivo, o STJD afirma que, em novo incidente de racismo isolado, nada acontecerá novamente. Só que o coletivo precisa, sim, responder pelo ato de um membro do grupo. Só assim para coibir novas e futuras injúrias raciais.
Se um time só é campeão graças à união de várias pessoas, significa que a saída de um deles poderia impactar no resultado do grupo. Como um jogador suspenso, um dirigente influente ou um preparador físico. A lógica da coletividade também tem que valer para as punições. Um responde por todos e todos respondem por um. Assim é um time. Um é racista? Que todos paguem.
E, assim, o combate ao racismo perdeu chance contundente de ficar mais forte. E graças aos auditores brancos do STJD, seguirá livre no esporte. Parabéns aos envolvidos.
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