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Danilo Lavieri

REPORTAGEM

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Liga de clubes vive momento-chave com trocas de lado e proposta de R$ 4 bi

Lucas Figueiredo/CBF
Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Colunista do UOL

14/06/2023 12h04

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O duelo das ligas de clubes no Brasil vive um momento considerado chave para a definição de como ficará o comando do futebol no país a partir de 2025. A Libra sofreu com a saída recente do Botafogo, mas viu um respaldo do Fundo Mubadala que aumentou a pressão nos integrantes da Liga Forte Futebol.

O grupo dos Emirados Árabes Unidos sinalizou com uma nova proposta em cima dos R$ 4 bilhões para a Libra mesmo que o grupo tenha só 15 clubes, aí se transformando em bloco comercial e não mais com participação na organização do campeonato e com uma porcentagem menor de participação.

Depois da saída do time carioca, Cruzeiro e Vasco tiveram seus nomes especulados como os próximos a descerem do barco, como mostrou o colunista do UOL PVC, mas nenhum dos dois sinalizou nada aos chefes da Libra. Os mineiros vivem dilema por deixar do outro lado a XP, que foi fundamental no processo da SAF, enquanto os cariocas têm novos donos que precisam de dinheiro para manter o projeto em alta.

Ainda que perca os dois, o grupo composto por Flamengo, Corinthians, Palmeiras, Santos, São Paulo, Grêmio entre outros já tem as 15 assinaturas necessárias para dividir esse bolo. Enquanto isso, os outros precisariam dividir R$ 2,3 bilhões com no mínimo 22 integrantes e que hoje estão em 26, sendo 24 assinados.

A saída do Botafogo foi mais considerada pelo mercado como um movimento de se posicionar após um ultimato dado no meio do mês passado. A ideia é mais acelerar as decisões do que negociar sozinho os direitos de televisão ou de mudar de lado no xadrez. Na mensagem que mandou aos dirigentes, com versões em inglês e em português, o tom era de "até logo".

Ao mesmo tempo, Atlético-MG, Internacional e Coritiba começam a não ser mais unânimes na manutenção à Liga Forte Futebol. O Fundo Serengeti promete há algumas semanas o pagamento de R$ 350 mil antecipados como forma de luvas, já colocou a XP na jogada para avalizar a promessa, mas o dinheiro nunca chega e a proposta começa a virar um problema. O Painel FC, da Folha de S. Paulo, mostrou que o apelido do grupo agora é Liga Faz Fiado.

A ideia do fundo, da instituição financeira e também de seus assessores é não só ajudar os clubes com um adiantamento, mas também prendê-los ao mesmo lado da negociação com esse pagamento antecipado. A data limite para o contrato assinado e que depende desse pagamento é 6 de julho.

O time de Porto Alegre vê seu Conselho pressionar por uma mudança. O temor é ver o Grêmio do outro lado do tabuleiro ganhando mais. A tensão Colorada terá novos capítulos na próxima reunião dos conselheiros ainda este mês, com o presidente Alessandro Barcellos sendo colocado contra a parede.

Já o Atlético-MG vê seu presidente querendo manter a aliança, mas vê outros cardeais que têm o poder econômico reavaliando a solidez apresentada pela Liga Forte Futebol, como inclusive já mostrou a Itatiaia. O Coritiba vive cenário semelhante após a chegada de um novo investidor. Quieto, o Fluminense não cogita se unir ao Flamengo.

Esses quatro têm em comum a união ainda considerada forte com o trabalho de bastidor feito por Mario Celso Petraglia, presidente do Athletico, que é elogiado até mesmo pela Libra. Desde o começo, o mandachuva do Furacão adotou o discurso de que ninguém poderia trair o movimento que, nas palavras dele, busca mais igualdade no futebol brasileiro.

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