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Danilo Lavieri

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Vini Jr dá exemplo e responde ao racismo com baile dentro e fora de campo

Vinicius Júnior e Rodrygo comemoram gol do Real Madrid sobre o Atlético de Madri - David S. Bustamante/Soccrates/Getty Images
Vinicius Júnior e Rodrygo comemoram gol do Real Madrid sobre o Atlético de Madri Imagem: David S. Bustamante/Soccrates/Getty Images

Colunista do UOL

18/09/2022 17h57

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Vinícius Júnior tem só 22 anos e viveu hoje (18) um dos maiores desafios de sua carreira. E a resposta foi exemplar, como já tinha sido antes mesmo de a bola rolar hoje (18) na vitória por 2 a 1 do Real Madrid contra o Atlético, seu arquirrival, pelo Campeonato Espanhol. Alvo de episódios de racismo nos últimos dias, o brasileiro jogou bola, foi para cima dos adversários, driblou e continuou bailando para comemorar os gols. Desta vez, no belíssimo tento marcado por Rodrygo.

Nos holofotes durante toda a semana, Vini já tinha começado bem a sua reação no episódio quando se posicionou de maneira firme por um vídeo dizendo que não se intimidaria por comentários racistas e xenofóbicos de Pedro Bravo, presidente da Associação Espanhola de Empresários de Jogadores da Espanha. Na mensagem gravada, o jogador condenou mais uma vez o racismo e disse que não pararia de bailar. Atitude elogiável em tempos que muitos atletas não se posicionam mesmo em assuntos tão graves. Ele recebeu apoio dos companheiros de seleção, de equipe e de vários torcedores brasileiros.

Para piorar o que já parecia absurdo, a torcida do Atlético foi flagrada por jornalistas espanhóis entoando gritos racistas, chamando o brasileiro de macaco na porta do estádio do clássico minutos antes de a bola rolar. E não foi um gesto isolado. Centenas de torcedores não tinham nem vergonha de cometer tal absurdo.

A expectativa depois de tudo isso era de como ele reagiria a episódios tão lamentáveis. E foi da melhor forma possível. Vini driblou, deu carretilha, foi para cima dos marcadores e mandou até o argentino De Paul se levantar depois de um choque entre eles. Depois de bailar ao lado de Rodrygo no golaço do brasileiro que abriu o placar, ele construiu o segundo gol de sua equipe após disparar pelo lado, dar chute de biquinho no estilo Ronaldo e ver a bola bater na trave. Ela sobrou sozinha para Valverde fazer o segundo.

Como cada vez mais parece impossível que a gente não veja mais gestos de racistas no futebol, é importantíssimo que atos como esse não sejam tolerados. E nada melhor do que bailar na cara dos racistas. Baila, Vini Jr.

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