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Fogaça: Quais são as reais chances de Grêmio e Internacional no Brasileirão

Edenílson, do Internacional, e Rômulo, do Grêmio discutem no Beira-Rio - Lucas Uebel/Getty Images
Edenílson, do Internacional, e Rômulo, do Grêmio discutem no Beira-Rio Imagem: Lucas Uebel/Getty Images
Gustavo Fogaça

04/10/2019 04h00

Faltando dezesseis rodadas para o final do Brasileirão, o desenho dos candidatos ao título é bastante claro: Flamengo e Palmeiras surfam como os únicos com probabilidade de levantar o caneco. Mas então acabou o ano para a dupla GreNal? Torcedores, calma.

É bom lembrarmos que o nome do esporte é "futebol" e que qualquer coisa mais absurda ou fora de contexto pode acontecer. Mas é só assim mesmo, na base do "milagre", que Grêmio e Internacional podem sonhar em serem campeões brasileiros em 2019.

Não pelo futebol jogado, mas pela larga vantagem que os dois times da ponta possuem sobre os outros. Pela média dos últimos 10 anos, com 77 pontos (67% de aproveitamento), um time pode vencer o Brasileirão. O líder Flamengo tem atualmente (rodada 22) 49 pontos que significam 74% de aproveitamento dos pontos disputados.

Nas próximas 16 rodadas, o Rubro-Negro precisa de um aproveitamento de apenas 58% dos pontos para se tornar campeão. Ou seja, dos 48 pontos a serem disputados, basta ganhar 28 (umas 8 vitórias e 4 empates, por exemplo). Tendo em consideração o atual aproveitamento do time de Jorge Jesus, é POUCO provável que o Flamengo diminua seu rendimento de 74% para menos de 58%. Pode entregar a taça na Gávea.

Será? O Palmeiras ainda acredita e tem chances reais. Com 46 pontos que significam 70% de aproveitamento, o Porco precisa de um desempenho de 65% dos 48 pontos a serem disputados. Ou seja, fazer 31 pontos (umas 9 vitórias e 4 empates, por exemplo).

Ah, e claro, torcer para o Flamengo ter um aproveitamento MENOR a 58% dos pontos nas próximas 16 rodadas. Simples, né? Ou pode entregar a taça na Gávea? Ai, Jesus...

Fora esses dois, os outros 18 clubes estão fora da disputa do título. O foco realista para a dupla GreNal é a famosa "vaga na Libertadores", que tem se tornado objetivo constante dos times do sul do país.

Na média dos últimos 10 anos, para entrar no G4 e ter vaga direta, é preciso fazer 63 pontos (55% de aproveitamento). Com Flamengo e Palmeiras praticamente garantidos no G4, sobram duas vagas, extremamente disputadas entre Santos, Corinthians, São Paulo, Bahia, Inter e Grêmio.

Santos (62% aproveitamento) e Corinthians (60%) precisam de 46% de aproveitamento nas próximas rodadas, e somar 22 pontos cada um. Mais ou menos, umas 6 vitórias e 5 empates cada. Isso garantiria ambos na fase de grupos do torneio continental.

Além de torcer para que um dos dois paulistas diminua seu aproveitamento na casa dos 60% para ABAIXO de 46% nas próximas rodadas, o Internacional precisa conseguir 54% dos pontos. Ou seja, marcar mais 26 pontos. Isso seria umas 7 vitórias e 5 empates.

Como o Colorado fará mais 7 jogos no Beira-Rio, se vê obrigado a ganhar TODAS essas partidas. Cada jogo em casa que não virar 3 pontos, obriga ao time de Odair a buscar a vitória nas 9 partidas fora de casa (onde tem enormes dificuldades, é bom lembrar). O positivo pro Inter é que ainda joga contra os 3 adversários diretos ao G4: Santos (casa), Corinthians (fora) e Grêmio (fora).

Já o Grêmio precisa de 60% dos pontos em disputa: são 29 pontos a serem conquistados. Precisará de 8 vitórias e 5 empates, por exemplo. Como fará 9 partidas na Arena, tem obrigação de ganhar OITO dessas para não ser forçado a buscar mais vitórias fora de casa. O time de Renato enfrenta dois adversários diretos em casa: Corinthians e Inter no clássico.

Claro que o time de Renato ainda luta pela vaga através do título da Libertadores. Mas caso não venha, a situação no Brasileirão é essa: torcer pra queda de desempenho dos paulistas e fazer a sua parte conquistando 29 pontos ou mais.

O ano está longe de acabar para a dupla GreNal e sonhar com vaga na Libertadores de 2020 é totalmente possível. Se não for via G4, que seja via G6. O que ao meu ver, é bem mais provável e realista frente às dificuldades do campeonato.

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