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Richarlison recebe de Diniz a confiança que talvez esteja faltando em si

Richarlison saiu chorando de campo. Nada deu certo para ele contra a Bolívia. Como não vem dando no Tottenham, onde agora precisa ajudar a preencher o vácuo deixado por Harry Kane.

Dizem que a sorte acompanha os que trabalham duro. Nem sempre. Às vezes, a má fase abraça o atacante de um jeito, que até quando ele faz tudo certo, o goleiro vira o Gordon Banks bem naquele lance e a bola não entra por nada.

E a confiança é um sentimento que se retroalimenta. Quanto mais a bola entra, maior a coragem de tentar metê-la na rede. O fulano começa a chutar de qualquer lugar, dar bicicleta na entrada da área, chute de longa distância, faz gol até de barriga.

Agora, quando a pelota não entra nem nos lances (quase) perfeitos, aí a confiança começa a se esvair e tudo parece dar errado.

Richarlison marcou 10 gols pela seleção em 2022, inclusive dois golaços na Copa do Mundo. A estreia nas Eliminatórias seria uma excelente possibilidade de redenção, que o abasteceria da segurança necessária para voltar a brilhar no clube. Daí as lágrimas.

Não sei, mas conversei com João Ricardo Cozac, presidente da Associação Paulista de Psicologia do Esporte e do Exercício Físico, para entender melhor estes desafios.

"A confiança é o fio condutor do bom rendimento. Quando o atleta começa a não performar da melhor maneira possível, jogo após jogo, ele começa a desconfiar do próprio potencial, e essa desconfiança cobra um preço caro", avalia o profissional, que tem décadas de experiência em clubes de futebol.

"Se você não instrumentaliza, não fortalece a parte psicológica e emocional, muitas vezes associada à confiança, você tem atletas muito talentosos, muito fortes física e tecnicamente, mas que não conseguem performar como poderiam se houvesse um acompanhamento pra resgate da confiança, da crença no próprio talento."

Fernando Diniz sabe de tudo isso. É formado em psicologia. Talvez por isso tenha feito questão de reforçar a crença dele, Diniz, em Richarlison, ao lhe dar uma nova chance, no confronto de hoje contra o Peru.

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Que essa confiança externa ajude o Pombo a reencontrar a interna e, com ela, seu faro de gol. Vai ser bom para todo mundo.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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