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Alicia Klein

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Há um favorito entre Corinthians e Flamengo, mas isso não importa

Fabrício Bruno, do Flamengo, disputa lance durante partida contra o Corinthians - Marcelo Cortes / Flamengo
Fabrício Bruno, do Flamengo, disputa lance durante partida contra o Corinthians Imagem: Marcelo Cortes / Flamengo

02/08/2022 17h44

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Afinal, no embate entre as maiores torcidas do Brasil, há favorito?

O Flamengo. Ponto, parágrafo.

Tenho visto muitos comentários dando o confronto como equilibrado. Discordo.

O Corinthians dispõe de três fatores de desequilíbrio, apenas um deles dentro de campo: Cássio, Vítor Pereira, Neo Química Arena. Renato Augusto seria outro e Yuri Alberto pode se tornar um. Hoje, porém, identifico estes como os três elementos responsáveis por alçar o Corinthians a um patamar acima da média brasileira. O problema é que nenhum deles faz gol.

Cássio impede muitos — não acredito que o alvinegro estaria onde está sem ele. Nem sem o treinador português. Nem sem a sua casa, onde tem sido praticamente imbatível.

Já o Flamengo conta também com uma casa poderosa, e com mais jogadores ofensivos capazes de desequilibrar uma partida: Arrascaeta, Pedro, Gabigol (em fase menos matadora, é verdade), além dos reservas de luxo Cebolinha e Vidal.

De ambos os lados há garotos e atletas experientes de talento, mas quando penso em nomes que podem mudar a cara de uma partida a qualquer momento, enxergo mais opções no lado rubro-negro. Especialmente se incluirmos o banco.

Quer dizer que eu apostaria meu soldo no avanço flamenguista à semifinal? Que cravaria uma vitória carioca hoje ou semana que vem? Nem morta. Tenho muitos boletos a pagar e enorme consciência da imprevisibilidade do futebol, especialmente entre gigantes.

Em 2010, no último confronto entre as equipes pela Libertadores, o Corinthians era favorito e acabou ficando pelo caminho. Assim como tantos outros que tinham tudo para levar e não levaram.

A gente adora discutir favoritismo. Rende um monte de pauta, conversa de boteco, discussão em grupo de zap, fio no Twitter.

A história, porém, não quer saber de favoritos. De quem deveria, poderia, quase ganhou, apenas se tivesse marcado aquele pênalti, ou se o regulamento fosse outro. A história só reconhece o placar final. E eu só arrisquei um para hoje porque o UOL me pediu com carinho — e porque pitaco é grátis.