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Huertas e Splitter viram referências da seleção brasileira e 'apagam' atletas da NBA

Marcelinho Huertas foi um dos destaques do Brasil no Pré-Olímpico - EFE
Marcelinho Huertas foi um dos destaques do Brasil no Pré-Olímpico Imagem: EFE

Daniel Neves

Em Mar del Plata (Argentina)

11/09/2011 13h00

Quinze anos após a aposentadoria de Oscar Schmidt e o fim da geração vitoriosa no Pan-Americano-1987, o Brasil volta a ter duas grandes referências na seleção brasileira. Moldados no basquete europeu, o armador Marcelinho Huertas e o pivô Tiago Splitter ofuscaram completamente atletas de sucesso na NBA e se tornaram ícones do atual momento do time nacional.
 


Assim como Oscar e Marcel, a nova dupla de astros da seleção brasileira evoluiu seu jogo na Europa e tornou-se ídolo no Velho Continente. Foi lá que ambos aprenderam a marcar melhor e a jogar coletivamente, duas características que foram trabalhadas à exaustão por Rubén Magnano no time nacional.

Splitter atuou na Espanha por 10 anos, antes de se aventurar na NBA em 2010. Neste período, chegou a ser eleito MVP do campeonato e das finais da competição local. Já Huertas está na Europa há sete anos. Na última temporada, foi eleito o melhor armador da liga espanhola e acabou contratado pelo poderoso Barcelona.

Além da maneira de jogar, Splitter e Huertas assumiram a condição de referências da atual geração graças a sua onipresença nas competições da seleção brasileira. Enquanto atletas da NBA pediram dispensa pelos mais variados motivos, a dupla participou de todos os torneios com o time nacional. Até mesmo no Pré-Olímpico Mundial de 2008, em vários jogadores optaram por não jogar, os dois estavam lá.

BRASIL DISPUTA FINAL DO 'FAZ DE CONTA' CONTRA A ARGENTINA

Ser campeão do Pré-Olímpico das Américas pouco importa para o Brasil. O time nacional já conquistou seu objetivo em Mar del Plata, encerrou um jejum de 16 anos sem ir aos Jogos e fez festa até a madrugada para celebrar o feito. Os comandados de Rubén Magnano, porém, terão que curar esta ressaca se não quiserem ser atropelados na decisão do torneio contra a Argentina, neste domingo, às 21h15 (horário de Brasília).

Os próprios atletas da seleção já afirmaram o caráter de "faz de conta" da final do Pré-Olímpico.

A chegada de Rubén Magnano ajudou a consolidar o status de indispensável da dupla na seleção. Seu entrosamento no pick and roll dos tempos de Caja Laboral é muito bem utilizado pelo argentino, que transformou a jogada na principal marca ofensiva da equipe.

"Fico feliz de ter a confiança do Rubén, mas isso daqui é um grupo. Claro que, como armador, sou a voz do treinador dentro da quadra e procuro ajudar a corrigir o posicionamento, orientar os companheiros. Mas temos um relacionamento tão bom que nenhum jogador vai reclamar se levar uma bronca do outro", afirmou Huertas.

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  • Ele é campeão olímpico, vice campeão mundial e um dos técnicos mais conceituados do basquete mundial, mas não conseguiu segurar as lágrimas após a conquista brasileira neste sábado. Muito emocionado, o argentino Rubén Magnano lembrou das dificuldades enfrentadas pelo time nacional durante o último ano e afirmou que colocar o Brasil novamente nas Olimpíadas após 16 anos foi uma das maiores conquistas de sua carreira.

No Pré-Olímpico das Américas, os dois jogadores tiveram um desempenho bem distinto. Huertas foi o maestro do time, aparece entre os líderes em assistências e ainda é o principal pontuador de uma equipe que atua coletivamente sobre sua batuta.  Splitter sofreu com a falta de ritmo de jogo após uma temporada na reserva dos Spurs. Para piorar, o pivô perdeu parte da preparação por causa de uma lesão e sentiu dificuldades durante todo o torneio.

"Jogar bem ou jogar mal pouco importa. O mais importante é o grupo sair vitorioso de quadra. Sofremos bastante durante todos esses anos e hoje tiramos um peso enorme de cima. Sabíamos que esse time tem valor e agora o pessoal vai começar a reconhecer mais a gente", afirmou Splitter.

Independentemente do desempenho individual no torneio, Huertas e Splitter encerram sua participação no Pré-Olímpico consolidados como referências da equipe. Coadjuvante em outras competições, a dupla assumiu a função de líderes do time e fez com que os torcedores sequer se lembrassem das ausências de Leandrinho, Nenê ou Anderson Varejão.