Topo

Lula e Alckmin pedem justiça a Genivaldo, morto por asfixia em viatura

Lula e Alckmin pedem justiça por homem morto asfixiado em viatura em Sergipe durante evento com movimentos populares - UOL
Lula e Alckmin pedem justiça por homem morto asfixiado em viatura em Sergipe durante evento com movimentos populares Imagem: UOL

Lucas Borges Teixeira

Do UOL, em São Paulo

27/05/2022 18h52

Um encontro do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com movimentos sociais hoje, em São Paulo, teve pedido de justiça por Genivaldo de Jesus Santos, morto pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) de Sergipe na última quarta-feira (25).

Puxado por uma liderança do movimento negro, foi feito um minuto de silêncio por Genivaldo, enquanto Lula, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), seu vice na chapa presidencial, e outras lideranças seguravam cartazes pedindo justiça.

Genivaldo foi torturado e morto por agentes policiais em Sergipe, em uma espécie de câmara de gás.

"Precisamos reagir à violência racial ou seremos mortos", declarou Simone Nascimento, liderança do Movimento Negro Unificado, em fala diante de Lula.

A pré-campanha se reúne nesta tarde com diferentes movimentos sociais em uma casa de eventos na Liberdade, no centro de São Paulo.

O evento começou por volta das 17h30 com discursos de lideranças, músicas e performances. Ao todo, 87 movimentos assinaram um documento de apoio à candidatura do petista.

Além de Lula, estão presentes Alckmin, a socióloga Janja da Silva, esposa de Lula, e representantes dos partidos da aliança, incluindo a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente do partido, e Juliano Medeiros, presidente do PSOL.

Com público de maioria jovem, as falas dos movimentos eram intercaladas por músicas tocadas por uma banda de forró cima do palco. Lula e Alckmin chegaram a dançar ao som de "Anunciação", de Alceu Valença.

O ex-ministro Fernando Haddad (PT), pré-candidato ao governo de São Paulo,, chegou a ser anunciado, mas não subiu ao palco

Entenda o caso Genivaldo

Genivaldo de Jesus Santos, 38, foi morto por agentes da PRF (Polícia Rodoviária Federal) no porta-malas de uma viatura em Umbaúba (SE). Ele foi parado numa blitz por estar sem capacete numa moto e colocado com gás lacrimogêneo no carro. Ele se debateu, enquanto a cena foi gravada por várias testemunhas, inclusive familiares.

A morte de Genivaldo está sendo investigada em inquérito aberto pela PF (Polícia Federal) e acompanhado pelo MPF (Ministério Público Federal) em Sergipe. Os cinco policiais que participaram da ação foram afastados das ruas e vão responder processo disciplinar.

Ele era aposentado, casado e deixa um filho de sete anos. Era uma pessoa conhecida e querida na cidade.

O homem morto pela PRF não tinha condenações, nem respondia a processos na Justiça. Ele se aposentou cedo por conta do problema de saúde, a esquizofrenia com que convivia havia duas décadas.

Em nota, a PRF de Sergipe diz que Genivaldo "resistiu ativamente a uma abordagem de uma equipe da PRF" —o que é desmentido pelas imagens, que mostram ele imobilizado pelos policiais.

A corporação afirmou que, em razão de sua "agressividade", foram empregadas "técnicas de imobilização e instrumentos de menor potencial ofensivo para sua contenção e o indivíduo foi conduzido à delegacia da polícia civil da cidade".