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Leite confirma diálogo com Kassab para trocar PSDB por PSD: 'Inicial ainda'

Para Leite, não há um problema de demanda, mas de oferta das candidaturas de terceira via - Ueslei Marcelino/Reuters
Para Leite, não há um problema de demanda, mas de oferta das candidaturas de terceira via Imagem: Ueslei Marcelino/Reuters

Do UOL, em São Paulo

14/02/2022 11h14

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), confirmou hoje que mantém diálogos com o PSD, partido dirigido por Gilberto Kassab pelo qual é cortejado para disputar a Presidência. Em entrevista à Rádio Bandeirantes, o tucano destacou, no entanto, que as conversas ainda estão em estágio "incipiente, muito iniciais" e não descartou concorrer à reeleição em seu estado.

"Conversei sim com o presidente do PSD, o Kassab, tivemos já boas conversas, temos novas conversas programadas, porque acho que tem que ser tarefa de todos nós buscar ajudar a construir nacionalmente uma alternativa a esta polarização que aí está dada entre Bolsonaro e Lula (...) Não podemos ficar entre o inaceitável e o indesejável", disse.

Para Leite, não há um problema de demanda, mas de oferta das candidaturas de terceira via. "Não conseguem até aqui cativar, sensibilizar a população e, por isso, a gente tem que ter disposição, sim, de conversar sobre um projeto nacional."

Kassab já afirmou que Leite pode ser candidato ao Palácio do Planalto pelo partido, caso o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), decida não entrar na disputa — ele avalia desistir da corrida presidencial e focar na eleição para o comando do Senado em fevereiro de 2023.

O governador gaúcho também fez críticas à pré-candidatura do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), de quem perdeu nas prévias tucanas para a Presidência, e classificou como "extremamente preocupante" o fato de o paulista não estar crescendo nas pesquisas.

Leite negou que haja uma conspiração contra Doria na legenda, mas disse considerar válido questionar a viabilidade eleitoral do escolhido.

"Eu respeito as prévias, o que estou dizendo é: se você tem, depois de dois meses e meio que as prévias consagraram esta candidatura, ou seja, uma ampla exposição, estamos a um mês e meio de que ele deixe o cargo de governador e mesmo em seu estado há uma rejeição alta a seu nome, isso precisa ser debatido internamente", avaliou.

Reeleição

Durante a entrevista, Leite reafirmou que possui críticas à prática da reeleição no país, mas não descartou a possibilidade de tentar a recondução ao cargo em 2022.

Segundo ele, há um "apelo" de um grupo de pessoas de seu partido pedindo que ele considere essa posição.

Fico até envaidecido com esse pedido, mas mantenho minha crítica à reeleição. A gente está conversando, claro que me sensibilizo aos apelos, mas eu sempre digo que não deve ser sobre a pessoa, deve ser sobre o projeto. Se nós tivermos a condição de tocar e continuar esse projeto no Rio Grande do Sul passando o bastão, acho que é o curso natural das coisas, é como prefiro que aconteça. Mas, assim como tenho convicção sobre a reeleição, tenho convicção de que não a gente não pode perder a continuidade desse trabalho que botou o Rio Grande do Sul em capacidade fiscal diferenciada agora Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul

* Com Estadão Conteúdo