Casa sobre rodas: busca por motorhomes cresce e atrai atenção de marcas

Levar a vida sem endereço fixo foi a decisão tomada por muita gente durante e após a pandemia. Foi por causa desse público que a procura por motorhomes cresceu em tempos de isolamento social. Desde 2018, esse mercado cresceu de 30% a 40%, segundo estimativa da Anfatre (Associação Nacional dos Fabricantes de Trailers, Reboques e Engates).

Para ver quais são as ideias e novidades deste segmento, UOL Carros foi até Curitiba (PR) para visitar a Expo Motorhome, feira especializada no setor que mostra como as ideias vão muito além de uma simples casa sobre rodas.

Tudo para sua casa....móvel

Furgões mais compactos, como o Citroën Jumpy, também são bases para projetos
Furgões mais compactos, como o Citroën Jumpy, também são bases para projetos Imagem: Vitor Matsubara/UOL

Lá havia tudo que existe no mercado de acessórios para montar ou incrementar seu motorhome - desde churrasqueiras dobráveis até vasos sanitários portáteis, que podem ser facilmente removidos para descarte dos dejetos.

A escolha por realizar o evento na capital paranaense não se deu por acaso. A região é o maior mercado de motorhomes do Brasil e possui uma cultura voltada para esse estilo de vida.

É por isso que as maiores empresas do setor estão sediadas por lá. Uma delas é a Vegini, responsável pelo projeto de motorhome feito sob a base do caminhão Actros que conhecemos em 2021 e tinha até uma coxia para transporte de cavalos. Desta vez, eles trouxeram um projeto mais "modesto", mas com elementos como cozinha em mármore e poltronas giratórias que substituem os bancos dianteiros originais.

Vans e caminhões de pequeno porte (popularmente conhecidos como VUCs) que podem ser conduzidos com carteira de habilitação do tipo B - a mesma exigida para dirigir um automóvel de passeio. Até vans de porte mais compacto, como a Citroën Jumpy, ganharam projetos completos.

Certificado emitido pela Mercedes

Estande da marca na Expo Motorhome
Estande da marca na Expo Motorhome Imagem: Divulgação
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A Mercedes mostrou dois projetos desenvolvidos pela própria empresa, com destaque para um escritório móvel com sala de reuniões e cozinha. Segundo a marca, metade de seus veículos comerciais vendidos no mundo são transformados. No Brasil, esse índice é de 48%.

Isso explica porque a Mercedes-Benz foi a primeira a trazer para o Brasil um departamento dedicado à homologação de transformadoras e implementadoras.

Projetos atendem aos mais diversos gostos e bolsos
Projetos atendem aos mais diversos gostos e bolsos Imagem: Vitor Matsubara/UOL

"As empresas transformadoras são aquelas que fazem um furgão virar uma ambulância e as implementadoras são aquelas que colocam um baú sobre uma carroceria de chassi", explica Luiz Gonzaga, Consultor de Implementação da Mercedes-Benz Cars & Vans Brasil

Todo projeto é analisado pelo departamento da Mercedes-Benz do Brasil em conjunto com os braços das engenharias de desenvolvimento da marca na Argentina e na Alemanha.

Ache seu transformador

Cozinha pode ter pia personalizada e acabamento em materiais nobres
Cozinha pode ter pia personalizada e acabamento em materiais nobres Imagem: Vitor Matsubara/UOL
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A própria Mercedes-Benz ajuda as transformadoras. Além de disponibilizar em seu site o manual de transformação da Sprinter, a empresa mantém o Convertion World. É uma plataforma pública que reúne todas as transformadoras certificadas pela Mercedes para todas as finalidades.

Com isso, o usuário que deseja transformar sua Sprinter em uma van escolar, por exemplo, pode consultar todas as empresas que realizam esse serviço no planeta. Os dados da plataforma contemplam todos os mercados nos quais a Mercedes está presente, com exceção de Estados Unidos e Canadá, que utilizam um sistema diferente.

Atualmente, cinco empresas brasileiras são certificadas para oito soluções. "Algumas empresas são certificadas para realizar mais de um produto", revela Luiz.

Hoje, ele é responsável por atender nada menos do que 235 empresas - incluindo as cinco certificadas. Mas por que tão poucas fornecedoras foram aprovadas?

"O fato de elas não estarem certificadas não significa que estão realizando um trabalho errado, e sim que essas empresas podem não atender alguma exigência", explica.

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