Está sobrando carro: vendas ruins paralisam produção em sete fábricas

O programa de incentivo para a venda de carros novos, colocada em prática por um mês pelo governo federal, não impediu novas paralisações na produção de veículos por todo o Brasil. O UOL Carros confirmou que atualmente pelo menos sete fábricas estão com turnos reduzidos ou realmente interrompidos.

A parada mais recente foi a da fábrica da Volkswagen em Taubaté (SP), onde produz a versão mais barata do Polo, veículo que foi o mais vendido do Brasil em junho. Foram 800 contratos suspensos por dois meses em comum acordo com o sindicato local.

A marca alemã já havia paralisado suas atividades em São Bernardo do Campo (SP) e São José dos Pinhais (PR), com mais de 5 mil trabalhadores afetados no total.

Outra paralisação na região é a da Chevrolet, em São José dos Campos, com 1.200 funcionários parados. Na fábrica são feitos a picape S10 e o SUV Trailblazer, que estão próximos a ser reestilizados - uma parada para adequação na linha seria normal se não fossem as baixas vendas.

Além de Volkswagen e Chevrolet, Renault, Mercedes e Scania também fizeram suspensões de contratos e reduziram a produção de suas fábricas. Ao todo, cerca de 12 mil trabalhadores foram afetados com essas paradas.

"É adequação de estoque. Por mais que a gente tenha tido vendas médias no mês passado, não consigo falar que são boas", disse Milad Kalume Neto, consultor da Jato.

Para ele, a falta de demanda no varejo é um dos agravantes e prevê que, se a economia não melhorar e as vendas não subirem, o próximo passo das montadoras vai ser o de promover demissões.

"Aí entram os fatores do preço elevado e dos juros elevados. A expectativa é de baixar na próxima reunião do Copom, além de leis que podem facilitar a retomada de bens financiados, o que pode ajudar a liberar mais crédito no mercado", afirma.

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