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Conheça o "Kadett Floquinho" e o "Civic Van Basten" de comentarista da Fox

Fernando Miragaya

Colaboração para o UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

15/08/2019 07h00

Tem gente que fica com um carro para a vida toda como segundo automóvel, daqueles para curtir nos fins de semana. E sempre tem algo mais normal na garagem para o dia dia. O jornalista Rodrigo Bueno, no entanto, resolveu ir nos extremos. Trata um Chevrolet Kadett 1997 como seu fosse o primeiro filho e que por décadas foi sua única opção na garagem. E há pouco mais de três anos comprou um carro para o uso diário pouco convencional: um Honda Civic Si 2015, cupê canadense que teve poucas unidades trazidas para o Brasil e ainda por cima na cor laranja.

Aos 46 anos, esses foram os únicos automóveis comprados pelo apresentador e comentarista do canal por assinatura Fox Sports. E, se depender, serão os únicos. Rodrigo afirma que vai passar o resto da vida com os dois automóveis, com os quais têm uma relação de afeto e muitas histórias para contar. A ponto de Floquinho (o Kadett) e Van Basten (o Civic) terem perfis no Facebook, muitos amigos nas redes sociais e até festas de aniversário.

Rodrigo Bueno e o Kadett-97, batizado de Floquinho - Fernando Miragaya/Colaboração para o UOL - Fernando Miragaya/Colaboração para o UOL
Imagem: Fernando Miragaya/Colaboração para o UOL
Floquinho, a propósito, completou 22 anos com direito a churrasco, convidados e presentes. Mas sua "concepção", por assim dizer, lá no fim dos anos 1990, foi um misto de emoções para o seu dono. Rodrigo até então usava o Monza hatch do pai ou o VW Passat "caindo aos pedaços" da mãe, como ele próprio se referia - todos modelos dos anos 1980. A aquisição do Kadett branco foi uma tentativa de reconquistar uma ex-namorada.

O relacionamento de quatro anos tinha terminado um pouco antes. Como a mulher em questão tinha uma família com melhores condições financeiras e o jornalista já estava trabalhando há um bom tempo, o carro 0 km cheio de acessórios seria uma forma de convencer a ex-namorada - na visão do jornalista. Rodrigo gastou a grana que vinha juntando para comprar um imóvel e investiu no Kadett.

Mas o resultado não foi o esperado. "O Floquinho começou como uma história de amor e raiva. Ela olhou o carro e desdenhou. Não surtiu o efeito desejado e curiosamente ela nunca entrou no carro. Mas como ali acabou a relação e o dinheiro que eu estava guardando foi-se, resolvi curtir o carro e isso virou uma retomada da minha vida", conta Rodrigo.

O jornalista diz que a retomada foi real. A carreira na Folha de S. Paulo deslanchou e ele conheceu a mulher da vida dele, segundo suas próprias palavras. Como a futura esposa morava no Rio de Janeiro, o Kadett foi o responsável por manter a paixão entre o casal: indo e voltando na Dutra. Rodrigo diz que a cada fim de semana de folga ia para a Cidade Maravilhosa. "Teve um ano que o Floquinho fez umas 40 vezes o trecho Rio-São Paulo", garante.

O hatch branco também participou de outros momentos importantes. Foi o carro que buscou os dois filhos do casal na maternidade — hoje, o menino tem 16 e a menina, nove anos -, participou de várias viagens, levou a cunhada de Rodrigo quando ela casou, enguiçou, bateu... mas nunca saiu da garagem do apresentador. E praticamente ganhou vida própria, com direito a festas de aniversário e perfil no Facebook.

Kadett-97, batizado de Floquinho - Fernando Miragaya/Colaboração para o UOL - Fernando Miragaya/Colaboração para o UOL
Imagem: Fernando Miragaya/Colaboração para o UOL
Mas e o nome?

O caro leitor deve estar perguntando mas que raios de nome é esse afinal dado ao veículo? É que o Kadett veio da concessionária com um pequeno boneco de neve de pelúcia dentro. Como o carro era branco, e sob influência do Monza hatch do pai que se chamava Moranguinho, Rodrigo escolheu Floquinho. Detalhe: o boneco vive até hoje no porta-luvas do modelo.

O Kadett ainda testemunhou o casamento do seu dono no Rio, mas o casal foi morar em São Paulo. A mudança para a capital fluminense, em 2012, quando o jornalista foi contratado pelo Fox Sports, mais uma vez marcaria a relação do apresentador com carros. Até então, apesar de todos os amigos trocarem de automóvel com frequência, ele continuava com seu Kadett 97.

Mas Floquinho não foi trocado, tampouco seguiu filho único. Depois de se mudar para o Rio, Rodrigo percebeu que precisava de um carro mais confortável. "Nunca precisei me desfazer do carro e os amigos começaram a curtir o Floquinho comigo. Só que ele tinha o ar-condicionado meio limitado e meus filhos não precisavam passar pelo perrengue que eu passava".

Rodrigo queria um segundo carro, mais moderno. Porém, não queria "qualquer carro". O jornalista fã da seleção da Holanda desde 1987 (a inesquecível equipe com Gullit, Van Basten, Rijkaard que foi campeã europeia no ano seguinte) sonhava com um carro esportivo laranja, em referência ao uniforme da equipe. Em particular, um Lamborghini - possível apenas na sua coleção de miniaturas Matchbox.

"Passei a ter adoração pela cor laranja. O sonho possível, na época, era um Maverick V8, e o impossível era o Lamborghini. Procurei muito por Maverick, mas não achava um dessa cor. Era raro ter carro laranja, agora que começaram a pipocar alguns modelos. Só que eu sempre gostei de esportivo e a maioria estava fora do orçamento", explica.

Eis que, em 2015, a Honda lançou o Civic Si, versão cupê e esportiva do modelo médio que era importada do Canadá. Rodrigo gostou do estilo do carro, ainda mais quando descobriu que havia versões na cor da seleção da Holanda. Entrou em contato com a marca e começou uma saga pelo tom que queria. Surgiram até opções nas cores branca e vermelha. "Tinha que ser algo especial. Se vou fazer investimento para comprar um sonho, que ele seja laranja", lembra.

O apresentador e comentarista esportivo namorou o Civic Si por quase dois anos. Só em 2016 sua irmã avistou um exemplar laranja meio que "encalhado" em uma concessionária de São Paulo. Depois de negociar um bom desconto, Rodrigo estava prestes a pegar a Dutra quando soube que uma revenda em Campo Grande, zona oeste carioca, tinha outro Si da cor exposto no show room.

Ele diz que comprou o carro por R$ 30 mil a menos que na tabela. E, lógico, o apelidou com o nome de um craque holandês, Van Basten, seguindo a tradição de batizar todas os itens laranjas que tem com o nome de jogadores do país: a bicicleta é Sneijder, o óculos chama-se Davids, o casaco atende por Rijkaard e por aí vai...

Agora, Van Basten é o carro do dia dia do jornalista, que acha curioso ser julgado pelos dois veículos que tem. "Te julgam muito pelo carro. Já fui discriminado em shopping chique com o Floquinho, barrado em empresa e meio que apontado como mão de vaca por andar de Kadett velho. Agora, acham que sou louco e que quero aparecer com o Van Basten...", diverte-se Rodrigo.

O Civic Si também ganhou perfil no Facebook e na rede social. E até troca farpas com o irmão mais velho. "Os dois se provocam. Van Basten é o bonitão, mas o Floquinho diz que quando tem enchente ele encara. Também fala que para na rua: 'você tem de parar em estacionamento gourmet', provoca o Kadett", conta Rodrigo.

E no que depender do pai, os dois continuarão a se provocar. "As pessoas veem no Floquinho uma relação que gostariam de ter com seus carros. Imagina quantas horas eu passei da minha vida nele. Meu plano de vida é não vendê-los nunca", avisa.

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