Avaliação: JAC T40 1.6 CVT evolui o bastante para cobrar R$ 70 mil? Assista
Rodamos com a nova configuração do crossover chinês para apontar o que está melhor e o que ainda deixa a desejar
O JAC T40 foi um carro moldado ao perfil do consumidor brasileiro: compacto e de baixo custo, mas com diversas soluções que o tornam atraente do ponto de vista estético e versátil no uso cotidiano. Faltava, desde o princípio, um conjunto motor-transmissão que justificasse a proposta.
Afinal, o velho 1.5 VVT flex já mostrara que não daria conta do recado, principalmente porque vinha aliado somente a câmbio manual de cinco marchas. A fabricante chinesa tenta agora incrementar o pacote com a configuração 1.6 -- somente a gasolina -- dotada de índices superiores de potência e torque, duplo comando variável de válvulas e transmissão do tipo CVT (continuamente variável), que dispensa o pedal de embreagem.
Para adquirir o T40 1.6 CVT é preciso desembolsar R$ 69.990, R$ 10 mil a mais do que o cobrado pela variante 1.5 manual.
Por esse valor, além do trem-de-força modernizado o crossover trará alguns itens a mais do que o T40 1.5 já oferece: start-stop (sistema que desliga e religa o carro automaticamente em paradas breves para economizar combustível), novo quadro de instrumentos, bancos revestidos em couro, sensores dianteiros de estacionamento e ar-condicionado automático com comandos digitais integrados à central multimídia.
Será o suficiente para fazer o T40 valer a pena? É que UOL Carros responde nesta avaliação. Assista ao vídeo com nossas impressões no topo desta reportagem e confira mais detalhes nos parágrafos abaixo. Lembrando que a unidade avaliada contava com teto envelopado preto -- único opcional da gama --, oferecido por R$ 1.490. Total: R$ 71.480.
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Boa relação preço-benefício
Muita gente torcerá o nariz para quem decidir investir R$ 70 mil num carro chinês, mas a escolha faz sentido e pode valer a pena se o mais importante para o comprador for um bom pacote de equipamentos, formado especialmente por itens de conforto e segurança.
Pensemos: Chevrolet Onix Activ, Hyundai HB20X e Renault Sandero Stepway automáticos/automatizados, hatches aventureiros contra quem o T40 CVT briga de verdade, apesar de se autodenominar um "SUV", também se aproximam desse valor. Só que não estão providos de controle de estabilidade e tração, start-stop, bancos com o mesmo nível de modelagem ou um porta-malas com 450 litros de volume.
O T40 se notabiliza ainda pela presença de assistente de partida em rampa, controle de cruzeiro, freios a disco nas quatro rodas e assistente de frenagem de emergência, além de surpreender com um acabamento bastante honesto -- e superior especialmente ao de Onix Activ e Sandero Stepway.
Também há bom nível de porta-objetos na cabine e, se você ligar para isso, a curiosa presença de uma câmera frontal capaz de gravar imagens (algo muito comum na Rússia). Temos, ainda, a questão do visual: o carro é largo, possui linha de cintura elevada a traços harmoniosos, embora exagere nos frisos cromados. Tudo criado ao gosto do consumidor local.
Um carro para a cidade
Agora falemos do novo trem-de-força. Teoricamente o propulsor 4-cilindros de 1,6 litro possui dados atraentes tanto de potência -- 138 cv (a 6.000 rpm) -- quanto de torque -- 17,1 kgfm a 4.000 rpm. Só que na prática o modelo demonstrou melhor comportamento no anda-e-para da cidade do que na velocidade de cruzeiro da estrada.
Por quê? Talvez pela atuação do duplo comando variável de válvulas, mas principalmente por causa do escalonamento do câmbio continuamente variável. As respostas são mais espertas nas arrancadas do que se esperaria de um CVT calibrado originalmente na China, só que quando se passa de 100 km/h os giros sobem muito -- e rápido --, alcançando a incômoda casa de 3.000 rpm a 120 km/h. Haja gritaria.
Acrescente uma direção elétrica demasiadamente leve -- falta firmeza conforme a velocidade aumenta, o que provoca a sensação de que o veículo está "flutuando" -- e suspensões que seguram a inclinação da carroceria menos do que poderiam -- apesar de contaram com barras estabilizadores e de terem um comportamento melhor do que seus rivais mais diretos nesse sentido --, e pronto: temos um carro muito mais confortável de dirigir a 60 km/h na Marginal Tietê do que a 120 km/h na Rodovia Castelo Branco.
Para quem roda predominantemente na urbe há outra boa notícia: o consumo. Mesmo pegando um trânsito pesado na saída e no retorno do test-drive de 150 km, de São Paulo a Itu (interior do Estado), o computador de bordo jamais apresentou autonomia abaixo de 10 km/l. Com gasolina, claro, já que o motor não é flex e, portanto, não bebe etanol puro.
Altura do solo, em 18 cm, ajuda a vencer valetas e lombadas da cidade com facilidade. O único "senão" é que as suspensões dão o curso um pouco cedo demais, apesar de macias.
Velhos e novos poréns
Obviamente há questões que falam contra o T40 1.6 CVT. Além do que já falamos sobre desempenho e dirigibilidade na estrada, há a óbvia limitação de rede concessionária, calculada atualmente em pouco mais de 40 revendas em todo o território brasileiro. Não haverá uma loja a cada esquina em caso de necessidade.
Preconceito e desvalorização na hora da revenda são outros pontos que podem "travar" a decisão de compra.
Também não espere pelo nível de conectividade que a telona tátil de 8 polegadas colocada ao centro do painel faz parecer. O crossover dispõe apenas das conexões básicas -- via Bluetooth, USB ou cabo auxiliar --, e não oferece projeção de celulares via Android Auto ou Apple CarPlay. Os representantes oficiais da marca no país prometem disponibilizar o serviço "em breve", sem dizer exatamente quando.
Resumindo a ópera, o T40 1.6 CVT é uma opção interessante por proporcionar uma utilização ágil na cidade, bom padrão de espaço para seu porte e um recheio generoso para sua faixa de preço. Pode valer bastante os R$ 70 mil, se o candidato a proprietário tiver consciência de seus prós e contras e souber exatamente em que tipo de carro está investindo.
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