Topo

GM confirma próximos Onix e Prisma em 2020; Brasil e China dividem projeto

Campeão de vendas desde 2015, o Onix terá nova geração em 2020 - Divulgação
Campeão de vendas desde 2015, o Onix terá nova geração em 2020
Imagem: Divulgação

Vitor Matsubara

Do UOL, em São Paulo (SP)

27/04/2018 18h35

Nova linha de compactos será lançada na Ásia em 2019; alguns projetos serão desenvolvidos apenas para o mercado brasileiro

A nova família de veículos compactos da Chevrolet será apresentada na China em 2019, chegando ao Brasil no ano seguinte -- conforme UOL Carros já havia antecipado. A revelação partiu da própria General Motors, de acordo com informações da agência de notícias "Reuters".

"Estamos trabalhando na renovação da linha de veículos (na América do Sul), aumentando nossa participação de mercado e acertando nossos custos de produção. Tudo isso para lançarmos uma nova família de carros", afirmou o presidente da GM, Dan Ammann.

Veja mais

Avaliação: andar no elétrico Bolt é conhecer o melhor carro da GM
Inscreva-se no canal de UOL Carros no Youtube

Instagram de UOL Carros
Siga UOL Carros no Twitter
Quer negociar hatches, sedãs e SUVs? Use a Tabela Fipe

Foi pensando nesta nova linha de veículos que a fabricante já investiu R$ 1,2 bilhão na modernização da fábrica de São Caetano do Sul (SP), responsável pela produção de uma inédita plataforma de carros (conhecida como GEM, de Global Emerging Markets, ou Mercado Emergentes Globais, em português), sobre a qual pelo menos um modelo será lançado entre 2020 e 2021.

Além do Brasil, a nova plataforma de desenvolvimento global da GM está sendo implantada na China -- e é por isso que os novos modelos serão revelados simultaneamente nos dois países. De acordo com a "Reuters", a expectativa da empresa é vender 2 milhões de unidades por ano na América do Sul e China.

"Nunca tivemos um volume de produção em escala tão grande assim", afirmou Ammann.

Brasil com moral

Nos últimos meses, a empresa colocou em prática um profundo plano de reestruturação global, no qual chegou a encerrar suas operações em mercados pouco rentáveis, como a Europa e Índia, e batalha para impedir a falência em países como a Coreia do Sul.

A situação, porém, está melhor no Brasil, onde a Chevrolet é líder de vendas há dois anos e tem o modelo mais vendido do país desde 2015. Mesmo assim, a empresa só atingiu este patamar após realizar uma série de medidas, como redução de 35% em sua força de trabalho, negociações com sindicatos e renegociação da cadeia de fornecedores.

"Fizemos tudo pensando em maximizar cada despesa necessária", afirmou Carlos Zarlenga, presidente da GM Brasil e Argentina.

Após atingir um volume recorde de 3,8 milhões de veículos em 2012, as vendas caíram 46% em 2016, quando 2,05 milhões de carros foram comercializados. A recuperação começou em 2017, quando as vendas brasileiras subiram 9% e as operações da GM na América do Sul tiveram lucro de US$ 100 milhões -- o primeiro resultado positivo desde 2013.

"A América do Sul pode se tornar uma peça significativa nos lucros gerais da GM", afirmou Ammann, que afirmou que os consumidores brasileiros tendem a preferir veículos semelhantes aos vendidos na China -- daí a escolha da SAIC Motor Corp. para desenvolver esta nova linha de compactos.

Os executivos da GM veem a recuperação da economia brasileira (e da indústria automotiva local) com bons olhos. Tanto é que desde 2011, (quando injetou R$ 2 bilhões no Brasil) a fabricante manifestou interesse em investir dinheiro no país. O plano inicial de R$ 6,5 bilhões anunciado em 2014 foi dobrado no ano seguinte, chegando a R$ 13 bilhões -- a serem investidos de 2014 a 2020.

Neste aporte estão inclusos R$ 1,2 bilhão na modernização da fábrica de São Caetano do Sul (que produzirá um inédito projeto global) e os R$ 1,9 bilhão investidos na fábrica de motores de Joinville (SC), que será responsável pela produção de uma nova linha de motores.

Serão projetos "de origem Opel" (que pertencia à GM até 2017, quando foi vendida ao grupo PSA), incluindo, assim, o esperado 1.0 de três cilindros e 12 válvulas, com bloco de alumínio. UOL Carros também aposta que serão fabricados em solo catarinense propulsores 4-cilindros de capacidade cúbica maior, entre 1,4 e 1,5 litro, em variantes aspirada ou turbinada.

Inclua aí nesta conta também R$ 1,4 bilhão destinados à produção de novos veículos na fábrica de Gravataí (RS), de onde devem sair os sucessores de Onix e Prisma.

Fábrica de motores da GM em Joinville (SC) - Murilo Góes/UOL - Murilo Góes/UOL
Fábrica de Joinville (SC) fornecerá motores para nova linha de compactos
Imagem: Murilo Góes/UOL

Suvinho, sedã e picape

UOL Carros também entende que um utilitário compacto abaixo do Tracker será o primeiro modelo a ser produzidos na região do ABC Paulista, pouco antes de um sedã compacto-médio que substituirá o Cobalt.

Nossa reportagem também pode afirmar, conforme apuração de abril de 2017, que uma picape de porte compacto faz parte da lista de produtos a serem desenvolvidos sobre a base GEM, a fim de substituir a Montana.

Como Marcos Munhoz, vice-presidente da GM do Brasil, descartou o lançamento do modelo em curto prazo, pode-se entender, assim, que este modelo ficará para a segunda fase de lançamentos, provavelmente entre 2022 e 23.

Até lá a atual Montana segue normalmente em linha, muito provavelmente sem receber atualizações -- como indica o lançamento da linha 2019 da picape sem qualquer modificação . Lançada em 2010, a segunda geração deriva do finado Agile e até agora não foi remodelada. O executivo justifica que o produto é oferecido "em um nicho de trabalho, onde qualquer atualização implica em aumento de preço".