Ford Ka tem motor e câmbio novos; projeto tem incentivo de R$ 200 milhões

Motor 1.5 3-cilindros e câmbio manual mais preciso passam a ser feitos no Brasil e estreiam no Ka Freestyle
Quase todo mundo já sabia, mas a Ford só tornou oficial agora: a linha 2019 da família Ka, reestilizada, utilizará o mesmo motor 1.5 3-cilindros da família Dragon presente no EcoSport desde meados do ano passado. Mais: será um motor nacionalizado, feito em Taubaté (SP), não mais importado da Índia.
Por enquanto a marca confirma a aposentadoria do antigo 1.5 Sigma -- de quatro cilindros e 110 cv com etanol -- apenas para o inédito Ka Freestyle (aventureiro), revelado em janeiro. UOL Carros, porém, pode afirmar que o novo motor tricilíndrico de 137 cv (etanol) estará presente também nas versões "civis" do Ka Hatchback e do Ka Sedan com novo visual.
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Não fica só nisso
Em cerimônia realizada nesta quarta-feira (25), na fábrica de motores de Taubaté, a fabricante anunciou que passará a produzir o motor 1.5 Dragon nacionalmente. Até então, ele era produzido na Índia, de onde chegava pronto. Em princípio tanto a família Ka quanto o EcoSport utilizarão o propulsor, mas a ideia é expandir seu uso no futuro (em especial para o Fiesta).
Tem mais. A montadora anunciou que uma nova caixa de câmbio manual de cinco marchas, denominada MX65, será produzida no complexo do interior paulista, também integrando a linha 2019 do Ka. Segundo a Ford, ela oferecerá trocas mais suaves e escalonamento de marchas diferente em relação à atual.
Tal notícia vem como um alento, pois o escalonamento do atual câmbio IB5 -- também de cinco velocidades -- usado pelo compacto desde seu lançamento até a linha 2018 talvez seja seu principal "calcanhar-de-Aquiles".
A Ford ainda não confirma, mas espera-se que, nos próximos anos, a nova transmissão manual seja propagada às versões de entrada do EcoSport e, quem sabe, ao Fiesta. Nossa reportagem também apurou que a linha 2019 do Ka oferecerá câmbio automático de seis marchas.
Ajudinha de R$ 200 milhões
Com o novo conjunto motor-transmissão, a fabricante expandiu a capacidade produtiva de Taubaté para 500 mil propulsores e 500 mil caixas de câmbio anualmente. Não houve, entretanto, contratação de novos funcionários, o que significa que a unidade continua a operar com 1.300 colaboradores em três turnos.
Valor investido para atualização das linhas não foi revelado, mas o governador do Estado de São Paulo, Márcio França (PSB), deixou escapar durante a apresentação que a empresa recebeu R$ 200 milhões em incentivos fiscais para tocar o projeto.
E o turbo?
A Ford afirma ainda que "está preparada" para incorporar as tecnologias de turbo e injeção direta ao propulsor 1.5 3-cilindros.
Não há previsão, porém, de exportação nem do novo motor nem da nova transmissão produzidos nacionalmente, embora os veículos equipados com esses sistemas estejam previstos para venda em outros países.
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