Hyundai Creta quer ser sensação como foi HB20; tem atributos para isso?
SUV quer "explodir" com preço atrativo e bom conjunto; veja como anda
Quando chegou ao Brasil, em 2012, o Hyundai HB20 podia apenas imaginar o sucesso que faria, mas sem a certeza dos números que poderia alcançar. Por competência, o carrinho estourou e se tornou referência -- são cerca de 650 mil unidades vendidas em quatro anos de história.
O Creta quer seguir a mesma linha e ser a sensação entre SUVs compactos, do mesmo modo que o HB20 foi no meio de hatches compactos.
Só que desta vez o modelo da Hyundai não tem ao seu lado um fator importante como o ineditismo (principalmente estético) e precisa quebrar muitas outras expectativas para atingir tal objetivo, já que seus concorrentes são imponentes e mais estabelecidos do que Volkswagen Gol e Fiat Palio Fire, líderes da categoria do HB20, eram à época.
Como encarar?
Só há uma maneira de superar ou pelo menos brigar de igual para igual com Honda HR-V e Jeep Renegade: oferecer o mesmo nível de conteúdo que os dois com preços mais atraentes e mais tempo de garantia.
A receita é simples e a Hyundai estudou bastante. O preço foi anunciado há duas semanas -- de R$ 72.990 a R$ 99.490. Vale lembrar que as versões mais baratas de HR-V e Renegade custam cerca de R$ 80 mil e que as mais vendidas giram na faixa dos R$ 90 mil.
Importante destacar que o Creta usa a base do médio Elantra e não é, portanto, um SUV derivado do HB20.
Fora isso, são cinco anos de garantia, bom nível de equipamentos das versões e duas opções de motor. "O preço é importante, mas neste segmento o foco será na fidelização do comprador, com garantia maior e maior gama de configurações", relevou Rodolfo Stopa, gerente de produto da Hyundai, para UOL Carros na data do lançamento.
O que a Hyundai esqueceu de considerar -- possivelmente porque acredita bastante no produto que tem -- foi o prazer ao dirigir, algo que ainda é válido para quem compra carros que beiram os R$ 100 mil.
Aguenta?
UOL Carros rodou alguns quilômetros com o Creta 1.6 e 2.0, ambos com câmbio automático, sempre com ar-condicionado ligado e quatro pessoas a bordo.
Ligeiramente mais potente que no HB20, o motor 1.6 (recalibrado para saltar de 128 para 130 cv no suvinho) dá conta do recado por causa do peso relativamente baixo (1.359 kg), mesmo nas condições de uso (quatro pessoas e ar ligado) -- o consumo, por isso, acabou comprometido: média de 8,7 km/l com gasolina em circuito predominantemente rodoviário.
O Creta 1.6 é mais uma boa sugestão para quem só roda na cidade e gosta de SUV compacto, mas insuficiente para viagens maiores.
As configurações com motor 2.0, que começam em R$ 92.490, são mais compatíveis com o que o cliente da categoria busca. Bom torque e potência em baixas e médias rotações, câmbio e suspensões muito bem acertados e ótimo silêncio na cabine, resultado de uma acústica excelente, são os maiores destaques.
Quem teve a oportunidade de entrar no Creta no Salão do Automóvel de São Paulo também pode notar o bom espaço para cabeça e pernas de quem senta no banco de trás -- dois adultos vão com folga; três com ligeiro incômodo -- sem comprometer a boa capacidade do porta-malas, que carrega 431 litros (para comparação, são 437 l no HR-V e apenas 260 litros no Renegade).
No registro do computador de bordo UOL Carros atingiu valor médio de 11,2 km/l com gasolina em percurso praticamente inteiro rodoviário, nas mesmas condições da avaliação do Creta 1.6 (quatro pessoas e ar ligado). São números melhores até mesmo considerando o peso maior da versão 2.0 (1.399 kg).
A Hyundai e a Caoa (contando as concessionárias que têm a bandeira azul da HMB) estimam que 85% das comercializações serão nas configurações 1.6 ou 2.0 automáticas, sobrando 15% para as versões 1.6 com câmbio manual. Juntas, as empresas querem vender aproximadamente 3.000 carros por mês.
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