Fiat Uno College, por R$ 33.901, é "mochila" recheada e colorida
O mercado recebeu uma nova safra de séries especiais nos últimos meses. Entre elas, a Uno College, uma configuração do modelo de entrada da Fiat com itens visuais e relação custo/benefício que pode atrair jovens em busca do primeiro carro.
A fórmula não é nova. Séries pretendem oferecem alguma sensação de exclusividade e um pacote de esquipamentos mais atraente por um valor inferior ao que o consumidor teria de desembolsar para comprar os mesmos itens como opcionais. Também são uma forma de queimar estoque, ou animar as vendas, de um modelo que anda parado ou propenso a sair de linha -- o que não é bem o caso do Uno.
Nem mesmo a estratégia do College (uma das palavras em inglês para "universidade") é novidade. No final de 2008, a Renault lançou o Clio Campus. A configuração foi, nos anos seguintes, a mais barata da marca, interessada em elevar vendas no segmento de entrada, e visava a atrair universitários loucos para chegar às aulas com seu primeiro veículo.
A versão College do Uno é feita em cima da Vivace quatro-portas, com motor bicombustível 1.0 de 75 cavalos (etanol) e tabelada em R$ 28.150. Por R$ 33.901, a série especial oferece, além das chamativas diferenças no visual, itens como ar-condicionado, direção hidráulica, farol de neblina, rodas de liga leve 14" e acionamento elétrico dos vidros e travas.
Vale a pena? A versão Vivace com os mesmo equipamentos e customização visual semelhante sai por cerca de R$ 35 mil. A economia de mais de R$ 1.000 não é desprezível -- mas, se a questão é o visual, será preciso gostar dele: no Uno College, o cliente fica à mercê da chamativa combinação criada pela marca.
Cor "azul vitality" é exclusiva do College e casa bem com rodas brancas e detalhes vermelhos
As opções de cores são "branco banchisa" e a nova "azul vitality", exclusiva da versão e presente no carro testado. As rodas de liga são pintadas de branco. Anéis da grade dianteira, retrovisores e maçanetas externas são vermelhos. Nas laterais, o desenho de um zíper sendo aberto foi adesivado na carroceria, como se o carro fosse uma enorme mochila. Há ainda faróis e lanternas escurecidos, e barras de teto emprestadas da versão Way.
RISOS
Com o azul brilhando sob sol forte no trânsito de São Paulo, a unidade avaliada por UOL Carros despertou olhares como se fosse um esportivo caro, No entanto, é bom se preparar para algumas risadas de deboche (jamais dirigidas a bólidos alemães).
Adesivo na lateral do Uno College imita zíper, como se fosse uma mochila de estudante
No interior, a obsessão pela combinação de azul e vermelho continua, o que pode cansar a vista dos ocupantes em longos períodos no trânsito. Como no caso do Uno amarelo citrus, a crítica pode parecer o ranzinza diante do ousado, mas antes de comprar considere que você terá de habitar um cenário festivo todos os dias.
Não há mudanças na parte mecânica. A versão tem os mesmo pecados e virtudes de um Uno 1.0. O desempenho é honesto, com algum sofrimento em subidas e retomadas, e o consumo de combustível, moderado. De acordo com dados do Programa Brasileiro de Etiquetagem, o propulsor faz cerca de 12 km/litro de gasolina na cidade.
O teto elevado e a suspensão, macia demais para privilegiar o conforto, pedem atenção nas curvas e desaconselha manobras mais bruscas. O câmbio manual poderia ter engates mais suaves. Será que a calourada vai reclamar?
O interior do Uno é mais amplo que o de outros compactos rivais. A posição de guiar é elevada e a regulagem de altura do volante, item de série na série College, dá mais conforto ao motorista. Na unidade avaliada, o tapete exclusivo da versão, mais grosso e com contorno (adivinhem?) vermelho, prendeu nos pedais no acelerador com frequência.
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