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Pedalar está permitido na Itália? Ciclista brasileira conta rotina no país

Camila Leonelli, que mora em Varese, na Lombardia, deixou de usar bicicleta por causa da pandemia de coronavírus - Acervo pessoal
Camila Leonelli, que mora em Varese, na Lombardia, deixou de usar bicicleta por causa da pandemia de coronavírus Imagem: Acervo pessoal

16/04/2020 04h00

Uma bicicleta guardada há exatos 40 dias retrata a mudança profunda na rotina de uma brasileira que vive na Lombardia, epicentro do coronavírus na Itália, país europeu mais afetado pela pandemia. Camila Leonelli, 32 anos, optou por encostar a bike e seguir rigorosamente as recomendações do governo italiano.

A região da Lombardia está em quarentena desde o dia 8 de março. Segundo Camila, que mora em Varese, cidade localizada a 60 quilômetros de Milão, as atividades esportivas ao ar livre eram permitidas nos primeiros 15 dias de isolamento, desde que realizadas sem aglomeração e próximas de casa.

As medidas do governo se tornaram mais rígidas à medida que o coronavírus avançava pelo país. No chamado lockdown, uma espécie de bloqueio total de movimentação, a prática esportiva em ruas e parques está proibida. E, diante da situação dramática no país, a população manteve o respeito às regras. A exceção é aberta para a ida ao mercado ou farmácia. Nesse caso, as pessoas podem utilizar a bicicleta.

"Se você não tem carro e tem uma bicicleta, e mora longe do mercado, não existe restrição. Precisa preencher uma declaração e explicar o que você está fazendo na rua. Se a polícia te parar, é preciso ter esse papel preenchido", contou Camila.

Dessa forma, a brasileira até poderia utilizar a bicicleta como meio de transporte, mas seguir a recomendação do governo ao escolher um mercado mais próximo possível. O comércio onde ela compra mantimentos fica no mesmo quarteirão de sua casa. Por isso, Camila vai a pé. "Eu acabei deixando a bike de lado porque não tenho saído mesmo", frisou.

Outra exceção foi aberta aos cidadãos que usam a bicicleta para trabalhar, como os entregadores de refeições e comida. Atualmente, somente eles cortam as ruas de Varese, enquanto a maior parte da população, como Camila, fica em casa à espera de dias normais.