Paula Gama

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Passageira desacordada: o que motorista deve fazer em casos como o de BH

Na madrugada do último domingo (30), uma mulher de 22 anos foi estuprada após ter sido deixada na rua, desacordada e alcoolizada, por um motorista de aplicativo em Belo Horizonte. Na situação, as atitudes do condutor do veículo e do amigo que colocou a vítima no carro foram consideradas abandono e negligência por diversos especialistas. Afinal, qual deveria ter sido a conduta do profissional?

UOL Carros entrevistou entidades que representam motoristas profissionais, de aplicativos e táxi, para entender se existe alguma diretriz da categoria sobre a situação. Eduardo Lima de Souza, presidente da Associação dos Motoristas de Aplicativo (AMASP), orienta que os motoristas não aceitem passageiros desacordados ou sem consciência desacompanhados.

"A mulher não entrou e passou mal dentro do carro, ela foi colocada e despachada. Essa é a realidade. A orientação que passamos para os motoristas em uma situação como essa é não aceitar a corrida. O passageiro que está nessas condições não pode entrar sozinho no carro. O motorista deve recusar e orientar o acompanhante a procurar socorro. A responsabilidade é médica", diz o presidente da entidade.

Segundo Eduardo, as plataformas não dão suporte ou respaldo para os motoristas nessas condições. "Nos termos de uso das plataformas a responsabilidade é dos motoristas, por isso, temos a possibilidade de cancelar a corrida nesses casos", afirma.

Rogério Vicente, diretor do Simtetaxi-SP, sindicato dos motoristas de táxi, também explica que é importante evitar a situação, mas se acontecer o taxista é orientado a procurar a polícia.

"O que fizeram com essa moça não se faz com nenhum ser humano, homem ou mulher. Em uma situação dessas, a orientação é tentar acionar a família ou a portaria do prédio. Se não for possível, ligar para a polícia e aguardar até a viatura chegar. Isso sempre é repassado para os taxistas novos", explica.

O que dizem as plataformas

A 99, empresa para qual o motorista do caso trabalhava, informa que, segundo suas políticas atuais, em situações como essa, recomenda contatar as autoridades competentes pelo 190 para entender o procedimento adequado a ser tomado.

"No app, a 99 possui um botão de segurança que permite ligar diretamente para a polícia. A empresa está reforçando essa mensagem aos motoristas parceiros pelo Guia da Comunidade e os Termos de Uso da plataforma".

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Sobre o motorista em questão, a 99 disse que realizou um bloqueio preventivo e que aguarda que a polícia esclareça fatos e responsabilidades.

A inDrive afirma que a instrução dada aos motoristas é ligar para o suporte do aplicativo, que pode contatar um parente ou amigo do passageiro cadastrado nos contatos de emergência. "O motorista também pode chamar ambulância por meio dos contatos de emergência que há no app", diz a empresa.

A Uber foi procurada, mas não respondeu até o fechamento desta reportagem.

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Reportagem

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