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Fuja do mico na garagem: 5 dicas para não se dar mal ao comprar um carro

Comprar um carro é sempre um grande acontecimento, já que é um bem com alto valor agregado que exige planejamento para ser conquistado. Definitivamente, não é como comprar um pastel na feira. Sendo assim, é fácil entender que se trata de uma compra que mexe com nosso emocional.

Nessa semana, um carro usado foi avaliado por minha equipe e alguns problemas foram identificados. O anúncio era tentador, pois se tratava de um modelo 2015 com pouco mais de 90 mil km rodados, uma quilometragem considerada baixa para a idade do veículo. Além disso, as fotos sugeriam que tivesse qualidade, e o preço acima da tabela Fipe era um indicativo de que era realmente acima da média.

Mas não era tão bom assim - e o pior de tudo foi quando descobrimos que a quilometragem foi adulterada. O próprio vendedor disponibilizou um laudo que foi feito no ano passado, com foto do odômetro acusando 150 mil km. Claro que foi um descuido apresentar essa prova do crime, mas fico imaginando quantas vezes isso acontece e as pessoas não reparam. Alguém ainda comprará esse carro, mesmo que ele volte a apresentar esse laudo antigo.

A euforia no momento da compra costuma ser tão grande que não é raro algumas pessoas fazerem maus negócios. Até eu, que me especializei na compra de veículos usados, não sou tão bom quando tenho que avaliar um para mim, justamente devido à relação emocional com a compra.

Um bom exemplo foi o último carro que comprei para mim. Estava anunciado em uma cidade bem distante, cerca de 350 km de onde moro, mas parecia perfeito para o que eu queria naquele momento. Fiquei dois dias sem dormir direito, só pensando no automóvel, até criar coragem de fazer a viagem e conhecê-lo pessoalmente.

Ao chegar no local, só de bater o olho gostei do que vi, e coloquei na minha cabeça que fecharia negócio mesmo se identificasse qualquer tipo de problema. Fiz uma avaliação bem rápida, pouco detalhada, e de fato fechei negócio. Era um carro antigo, com 20 anos de vida, portanto poderia ter todos os tipos de problema. Mas estava tão afim do carro que nem quis saber deles naquele momento. Para minha sorte, foi uma ótima compra, mas poderia ter me dado mal.

Diante de situações como essa, a principal recomendação é estar junto de alguém que possa abrir seus olhos e colocar seus pés no chão, para evitar cair em uma cilada. Se isso não for possível, aqui vão cinco outras dicas bacanas que costumam ajudar a manter cuidado na hora de comprar o carro novo.

Analise bem o carro

Um carro usado, mesmo os com bastante qualidade, pode ter pequenos detalhes. Durante a avaliação, é comum que alguns detalhes "fujam" de nossa memória. O melhor a se fazer é tiras fotos ou anotar todos eles, para ter maior poder de negociação com o vendedor.

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Faça as contas

É preciso ter certeza de que o novo carro cabe no seu orçamento. Lembre-se que qualquer veículo gera mais do que o custo inicial da compra. Gastos de manutenção, combustível, taxas e impostos, além de possíveis parcelas de seguro e financiamento, são inevitáveis.

Muitos esquecem disso, enxergam apenas a situação no presente momento da compra e se enrolam quando surgem os imprevistos.

Não leve familiares

Evite levar a família para procurar o carro. A chance de encantamento da sua esposa, marido ou filhos é grande. Isso contribuirá para aumentar o risco de uma compra impulsiva por sua parte. Leve um amigo de confiança, mas de perfil diferente do seu, que não tenha envolvimento emocional na compra.

Pode ser que ele repare em detalhes que passem despercebidos por você. Melhor ainda, se tiver condições de pagar pelo serviço, é contratar um mecânico ou especialista.

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Sem empolgação

Não demonstre tanto interesse no momento da compra. Ainda que o interesse seja real, faça como os jogadores de pôquer e tente disfarçar suas intenções. Quando o vendedor percebe que o comprador está certo em fechar negócio, dificilmente cederá algum desconto no preço pedido.

Pesquise sempre

Consulte mais de um modelo e busque em mais de uma loja. Muitas vezes o melhor negócio pode surgir apenas na segunda ou terceira opção. O vendedor tentará te convencer de que tem outros interessados, e isso até pode ser verdade. Mas não dá para fechar negócio com esse tipo de pressão. Só feche no primeiro se for um carro imaculado, sem absolutamente nenhum detalhe relevante.

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Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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