Brasil vê carro autônomo longe, mas evolui em conectividade e mobilidade
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Falta de infraestrutura e altos custos barram tecnologias que já avançam lá fora, mas compartilhamento de carros e deslocamentos individuais ou compartilhados por aplicativos começam a crescer
Dos quatro grandes desafios impostos à indústria automobilística mundial, apenas dois chamarão mais atenção no Brasil em 2019 e nos próximos anos. Veículos autônomos estarão muito longe do mercado local e sem nenhuma previsão de efetiva introdução por problemas de alto custo, infraestrutura e regulamentação jurídica, entre outros.
Eletrificação completa (por bateria ou pilha a hidrogênio) enfrenta grandes obstáculos, dos quais o preço bastante elevado parece uma barreira inexpugnável mesmo em médio prazo. Porém, no final deste ano, a Toyota começará a produzir aqui o Corolla híbrido flex, um caminho mais adaptado à realidade nacional. Há, ainda, o carro elétrico de baixo custo com uso de motor/gerador a combustão que a Nissan desenvolve para o Kicks. Este deve estrear entre o final de 2019 e o começo de 2020.
Mas, pelo menos, o País avançará em dois campos: veículos conectados e novos serviços de mobilidade (NSM).
A boa notícia vem do forte crescimento da rede celular 4G. De apenas 10% das conexões, em 2016, chegaremos a 57% em 2020, numa posição de liderança na América do Sul. Essa expansão acelerada animou a GM a lançar, já em meados deste ano, o primeiro modelo com internet a bordo e roteamento Wi-Fi a ser comercializado no País. A Coluna pode antecipar que o Cruze permitirá até sete usuários no mesmo chip, mas a operadora ainda não foi selecionada.
No entanto, as funcionalidades de carros conectados só serão mais bem aproveitadas com a tecnologia 5G, capaz de processar dados móveis de 10 a 20 vezes mais rápido que a atual 4G. Isso ainda demora a se implantar por aqui. Na melhor hipótese em 2025, ou seja, um atraso de cinco a seis anos em relação aos países centrais.
Segundo a Bright Consulting, de Campinas (SP), o transporte urbano vem evoluindo para algo mais abrangente, a mobilidade. Trata-se de uma mudança de conceito, menos concentrado no sistema em si e mais no usuário. A abordagem apenas de aumento de capacidade não é eficiente, nem sustentável.
Compartilhamento de carros, deslocamentos individuais ou compartilhados por aplicativos e até táxis, além do papel das bicicletas em percursos mais curtos e de ligação entre modais, começam a avançar nas grandes cidades brasileiras. A oferta continua a aumentar e as perspectivas são de que não fiquemos tão atrasados nesse aspecto sobre o que acontece no mundo.
Esses NSM caracterizam-se como forma confiável, conveniente e acessível de se deslocar de um lugar para outro, além de oferecerem um modo mais fácil de realizar o pagamento. Em cidades pequenas a falta de escala é um fator inibidor, mas ao longo do tempo várias se transformarão em conglomerados médios e estes em grandes.
Para a consultoria, as novas formas de mobilidade trarão um impacto negativo discreto, entre 2% e 4% em 2025, sobre as vendas totais de veículos leves no Brasil. Afinal, cidades pequenas é que ditam, hoje, o ritmo alto da demanda. Os números serão resultado do equilíbrio entre aqueles que precisarão comprar um carro para o dia a dia ou moram e trabalham em locais relativamente distantes e usuários dos NSM.
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